O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “um passo mais perto do abismo” após a denúncia oferecida na quarta-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, na descrição do jornal espanhol El País.
O diário diz que os promotores lançaram contra ele “a acusação mais grave imaginável no atual panorama político brasileiro: ser o ‘comandante máximo’ do esquema de corrupção da Lava Jato”.
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Os promotores classificaram o petista como “comandante máximo”, “maestro”, “grande general” do megaesquema de corrupção que envolve a Petrobras e distribuição de cargos públicos, classificada pela promotoria com o neologismo “propinocracia” ou “um governo regido pela propina”.
A denúncia e suas repercussões para a carreira e a reputação do ex-presidente estão sendo amplamente noticiadas nesta quinta-feira pela imprensa internacional.
Acusações ‘limitadas’
Para o jornal britânico The Guardian , “a queda de Lula, e do partido de esquerda que ele fundou em 1980, é dramática”.
O jornal lembra que sua sucessora no Planalto, Dilma Rousseff, foi impedida no fim do mês passado pelo Senado, encerrando 13 anos de governo petista.
Já o americano New York Times diz que as “denúncias e acusações mais amplas representam um duro golpe” para Lula, “complicando suas ambições de retornar à Presidência”.
Mas o jornal nota que as denúncias em si contra o ex-presidente são “muito mais limitadas” e que “a quantia de dinheiro que Lula é acusado de receber nas reformas do apartamento não é nada comparado ao que outros (políticos) foram acusados de receber nos últimos anos”.
Para o francês Le Monde , um dos efeitos destas acusações será dividir ainda mais “uma sociedade brasileira já rasgada pela polêmica destituição de Dilma Rousseff”.
“Aos que consideram Lula como um ‘bandido’, opõe-se uma parte dos brasileiros que veem nessas acusações uma manobra para calar a esquerda”, escreve o jornal.