O delegado da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, Patrick Linares da Costa foi um dos alvos da Operação “Codicia”, deflagrada ona segunda-feira (25) pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) com o objetivo de desmantelar um esquema criminoso que funcionava dentro da delegacia. Titular no local, ele é um dos aprovados no último concurso público do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) para o cargo de juiz substituto e não será empossado como juiz substituto nesta quarta-feira (27).
O delegado passou no concurso em 2021, e estava com a posse marcada junto com a dos novos magistrados para hoje. Como delegado, os valores pecuniários recebidos por Linares são de R$ 24.320, segundo o portal da transparência. Como juiz substituto, os vencimentos iniciais são previstos em R$ 27.363.
A situação parece delicada, uma vez que, como juiz, Linares poderia, em tese, ter acesso às credenciais prerrogativas de magistrado que permitiriam acesso às peças sigilosas do inquérito do qual é alvo, e que corre na 2ª Vara Criminal de Campo Grande.
O trabalho investigativo, ainda conforme o Gaeco, que durou cerca de 10 meses, e identificou também uma associação criminosa formada por policiais civis (tanto alguns aposentados, como os da ativa) que se utilizava das delegacias de Polícia Civil de Ponta Porã para a obtenção de vantagens patrimoniais, especialmente relacionadas à gestão de veículos apreendidos naquelas unidades policiais.
Além disso, o grupo também teria uma associação para o tráfico, cuja droga comercializada era, algumas vezes, retirada do depósito da delegacia por um escrivão de polícia e repassada aos seus companheiros para a revenda.