Kauan: “É meu segundo nascimento, fim de um ciclo que durou mais de um ano nessa luta”
Exatamente 22 dias depois de passar por um transplante autólogo de medula óssea, a última quinta-feira, 4, foi de uma emocionada comemoração para Kauan da Silva Rosa, 20. Neste dia, o acadêmico de Direito recebeu do corpo clínico do Hospital Cassems, em Campo Grande, a tão aguardada alta médica. Vai completar em casa, com a família, o pós-operatório.
Esta foi a sexta intervenção do gênero realizada no hospital. Kauan foi internado em 30 de novembro. A cirurgia aconteceu no dia 13 de dezembro. Morador de Dourados, o jovem estava havia pouco mais de um ano com o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin. É um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, o responsável pela produção das células de imunidade.
BOM HUMOR
Segundo a hematologista Soraya Romanini, responsável pelo setor de transplante de medula óssea do Hospital Cassems, o bom humor do paciente durante a internação colaborou muito para o sucesso da intervenção. “Todo tratamento quimioterápico anterior não tinha surtido o efeito necessário para a desejada cura. Por isso então o transplante de medula óssea autólogo foi necessário. E tudo correu bem”, salientou.
“Durou um longo tempo para descobrir o linfoma. Do começo dos sintomas ao diagnóstico foram uns seis meses. Eu sentia febre, porém nos exames o sangue estava normal. Só depois de um exame de imagem e uma biópsia o linfoma foi constatado”, lembra Kauan. Ele começou o tratamento fazendo quimioterapia. Ficou imunossuprimido e a imunidade diminuiu. Um detalhe instigante: mesmo nessas condições, ele conciliou o tratamento com o curso de Direito.
Kauan ficou internado 35 dias. Nesse período, a companhia do pai, o policial militar Márcio da Silva Rosa, 44, foi constante e incentivadora. “É claro que um pai nunca quer passar por uma coisa dessas. Mas eu sempre procurei ficar ao lado dele, dar o suporte que ele precisava. Foi difícil, mas eu precisava demonstrar a ele que era possível e necessário passar por tudo isto. Estou muito feliz, agradeço a Deus e ao corpo clínico do hospital”, relatou, emocionado.
“É meu segundo nascimento, fim de um ciclo que durou mais de um ano nesa luta”, desabafa, feliz, o aliviado Kauan. Para ele, a equipe clínica do hospital tornou-se uma segunda família. “São maravilhosos, os médicos, a enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, todos contribuíram para que este processo fosse mais leve”, agradeceu.