Consórcio pede R$ 5 milhões por mês para manter passe em R$ 4,40
A reunião entre a Prefeitura e o Consórcio Guaicurus prevista para ser realizada na tarde desta segunda-feira (27), para apresentar possíveis soluções para o transporte público foi adiada e não há previsão de quando acontecerá.
Em entrevista coletiva, o advogado do Consórcio, André Borges, não deu certeza do motivo para o adiamento, mas disse que a Prefeita Adriane Lopes deve estar conversando com o governador do Estado, Reinaldo Azambuja, para encontrar a possível solução para o problema.
A Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande), estaria buscando iniciar tratativas com o Governo Estadual em relação ao passe gratuito dos alunos da REE (Rede Estadual de Ensino). “Não sabemos se uma nova reunião será marcada para o final da tarde de hoje (27) ou amanhã (28)”, disse.
Outra possibilidade levantada por Borges é de que o poder público está analisando os números de arrecadação e prejuízo que o Consórcio tem e estão disponíveis em planilhas da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg).
“A reunião não foi possível porque o governador estava de viagem no final de semana e deve ter chegado hoje. Eles devem estar conversando para achar alguma solução.”, pontuou.
Borges também adiantou que o impasse precisa ser solucionado o mais rápido possível, uma vez que o Consórcio tem dinheiro em caixa apenas para realizar o pagamento do vale, mas não tem garantia de que o salário em si, previsto para ser pago dia 5, caíra na conta dos trabalhadores.
“As empresas que compõe o Consórcio Guaicurus não possuem mais créditos com os bancos para sanar o déficit atual e, por isso, não conseguem garantir o próximo salário de seus funcionários”.
O advogado justifica a falta de dinheiro em caixa dizendo que o déficit do Consórcio é de R$ 5 milhões por mês e que o subsídio dado pela prefeitura junto com a isenção do ISS dá uma ajuda de R$ 1 milhão.
“O contrato passa por um momento delicado onde as despesas do Consórcio Guaicurus são superiores a receita”, afirmou.
O vale deveria ter sido pago aos motoristas na segunda-feira (20), mas o Consórcio não honrou com o compromisso, gerando o estopim para a greve deflagrada na terça-feira (21).
Então, em audiência do Tribunal Regional do Trabalho, realizada no mesmo dia da greve, ficou acordado que os 40% de adiantamento deverão ser pagos aos trabalhadores amanhã.
“Na greve da semana passada faltou R$ 2 milhões para pagar o vale dos trabalhadores, que têm que ser pagos amanhã. O dinheiro que vem sendo arrecadado desde quinta-feira está sendo reservado para o pagamento do vale, mas no dia 5 tem que pagar o salário”, explicou.