A saúde mental não tem que ser uma preocupação apenas na vida adulta ou na terceira idade. As crianças também podem sofrer com problemas emocionais e nem sempre conseguem expressar o que estão sentindo.
Por isso, é muito importante que os pais e pessoas próximas estejam atentos aos sinais de alerta.
Creusa Izabel Gatti, psicóloga, falou com a Unimed Campo Grande sobre o tema e tirou dúvidas cruciais.
COMO CUIDAR?
Muitas vezes, no dia a dia, os pais não conseguem discernir se aquilo já é um problema de saúde mental ou se é apenas uma “birra” da criança. Às vezes não é, pode ser que a criança esteja pedindo socorro.
Como a criança não sabe nomear suas emoções e direcionar o seu pensamento, acaba sofrendo e tendo atitudes de agressividade ou até birras, onde está mostrando que não está bem. Os pais precisam ter um olhar muito cuidadoso com estas crianças.
FATORES DE RISCO
O início da doença mental vem com alguns fatores de risco. Às vezes ela foi abusada e ninguém percebeu, pode ser que dentro de casa há atritos familiares, deixando essa criança com medo e sem saber como lidar com tudo. Isso vai dando início a um processo de doença mental, podendo evoluir até ocorrer a manifestação no físico.
NÃO É BANAL
É comum eles dizerem que estão com dor de cabeça, de barriga, na perna, que não querem ir para escola, com isso acabamos pensando que aconteceu algo na escola, mas não, pode ser que há um medo de deixar a mãe, o pai e até mesmo de serem deixados na escola.
Algo necessário pontuar é que precisamos ter muito cuidado com o que falamos. Às vezes dizemos coisas que para nós são banais, mas para elas tem um sentido muito profundo, como um paciente que atendi: um garotinho que a avó dizia que ele era o único homem da família, que cuidaria da fazenda. Com isso, o menino foi assumindo aquela responsabilidade e acabou adoecendo de medo de não dar conta.
A cabecinha da criança não está pronta para receber certos compromissos e responsabilidades. Nem deve.
IDADE
Alguns tipos de doenças mentais, como esquizofrenia, são diagnosticados na fase da adolescência e adulta. Já a depressão pode ser diagnosticada em crianças, inclusive é comum, há casos de pequenos de apenas três, quatro anos. Percebemos quando deixam de se alimentar, têm transtornos do sono, apresentam irritabilidade.
A criança bem cuidada e bem acompanhada pelo psicólogo não terá na vida adulta problemas sérios.
ESCOLA
Fala-se de personalidade, mas temos o temperamento. Certas crianças tem um temperamento que se o outro tira sarro, conseguem tirar de letra a situação, outros deprimem. Se, vivendo isso, o pequeno encontra em casa um canal aberto de diálogo com os pais, podendo falar sem julgamentos e os pais indo até a escola resolver a circunstância, será o ideal. Por isso, escute seu filho, sem punir e julgar, apenas o oriente.
SUPERPROTEÇÃO
Temos dois lados: a omissão, que é quando deixam passar batido, e a superproteção, quando a criança se torna dependente de tudo e se sente incapaz por isto.
Já recebi em consultório pais, quando o filho é adolescente, dizendo que ele é folgado, já o rotulando, mas a vida inteira esse pai o superprotegeu. É preciso limite. A partir do momento que o filho começa a andar, já pode ter autonomia.
Para saber mais sobre o assunto acompanhe COMO CUIDAR DA SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA? no podcast Cuidar de Você, da Unimed Campo Grande. Basta acessar https://bit.ly/PodcastCuidardeVoce