Cerca de 125 pessoas de Mato Grosso do Sul estão presas na Academia Nacional de Polícia, em Brasília, após participarem de ações consideradas antidemocráticas e depredarem o patrimônio público. Segundo informações do jornal O Estado, o número foi repassado por um manifestante de Campo Grande que não foi para o Distrito Federal.
Entretanto, três nomes foram divulgados; são eles: o motorista Djalma Salvino dos Reis, 45 anos, morador de Itaporã, Diego Eduardo Assis Medina, 35 anos, morador de Dourados e um técnico em instalação e manutenção de ar-condicionado, Fabio Jatchuk Bullmann, 41 anos, morador de Campo Grande.
Ao todo, segundo informações da Polícia Federal, mais de 1,5 mil pessoas foram levadas para o ginásio. “No local, os detidos estão sendo submetidos aos procedimentos de polícia judiciária. Após os trâmites realizados pela Polícia Federal, os presos estão sendo apresentados à Polícia Civil do DF, responsável pelo encaminhamento dos detidos ao Instituto Médico-Legal e, posteriormente, ao sistema prisional”, afirmaram em nota.
Ainda conforme a PF, até às 16h de ontem (10), 527 pessoas foram presas e que, por questões humanitárias, foram liberados 599 detidos, em geral idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e mães acompanhadas de crianças.
Já a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal informou que não estão divulgando os dados por naturalidade dos manifestantes, mas que as pessoas detidas na Academia Nacional de Polícia já estavam sendo transferidas para as penitenciárias da cidade e que até as 14h de ontem (10) já haviam sido transferidas 447 pessoas, sendo 287 homens e 160 mulheres. “Em atendimento à determinação da Vara de Execuções Penais, as pessoas presas nos atos de invasão e depredação na Praça dos Três Poderes estão sendo transferidas para o Centro de Detenção Provisória II e a Penitenciária Feminina do Distrito Federal”, dizia um trecho da nota.
De acordo com o manifestante e vídeos que estão circulando nas redes sociais, o tratamento no local beira um “campo de concentração”, como aqueles usados na época do holocausto. A reclamação dos patriotas é a respeito da qualidade da alimentação que estão recebendo, do tempo para o recebimento da comida e do tempo de deslocamento, que de acordo com eles foi de cinco horas.
Em um desses vídeos publicados, uma mulher, não identificada, afirmou que não participou da depredação e estava apenas no QG, em frente da Praça dos Três Poderes, e mesmo assim foi levada. Outra denúncia é a respeito de pessoas passando mal e até mesmo de uma morte no local, informação que foi desmentida pela Polícia Federal.
A PF garantiu que todos os procedimentos realizados estão sendo acompanhados, ininterruptamente, pela Ordem dos Advogados do Brasil, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde do DF, Samu e Defensoria Pública da União. E ainda que todos estão recebendo alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar), hidratação e atendimento médico quando necessário.