Celia saiu do Estabelecimento Penal Feminino de Corumbá nesta manhã, após ter prisão revogada pelo STF
A Controladora responsável pela análise e aprovação do plano de voo da aeronave envolvida no desastre da Chapecoense, em 2016, Celia Castedo Monasterio, foi solta na manhã dessa quarta-feira (30), por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela estava no presídio feminino de Corumbá, a 426 quilômetros de Campo Grande, desde setembro de 2021, de onde saiu bem mais magra.
Na saída da unidade penal, Célia disse que o tempo que ficou presa foi “angustiante” e que a análise da documentação dela pela Justiça “se arrastou muito”, o que fez com que ficasse mais tempo na cadeia. “Demorou, mas sei que existe todo um trâmite”.
Agora, a investigada pelo desastre aéreo com a Chapecoense, em 2016, na Colômbia, quer voltar para a Bolívia. “Vou voltar para Bolívia com minha família, com meu marido, meus filhos”.
Prisão
Célia estava presa porque, em setembro, o ministro Gilmar Mendes apontou que ela era “procurada pela Justiça Boliviana para responder pela suposta prática do crime de atentado contra a segurança do espaço aéreo”.
A defesa de Celia afirmou que a o governo boliviano não formalizou o pedido de extradição e que a investigada poderá continuar a responder adequadamente e voluntariamente seu processo na Bolívia.
Após o acidente, ela pediu extradição para o Brasil, onde viveu normalmente em Corumbá, e depois seguiu para a Bolívia, que fica na região de fronteira.
Acidente
Celia foi responsável pela análise e aprovação do plano de voo do avião que caiu perto do aeroporto internacional José Maria Cordova, próximo à Medellin, na Colômbia, em 29 de novembro de 2016. Ao todo, 71 pessoas morreram na tragédia que levava a delegação da Chapecoense e jornalistas para a final da Copa Sul-Americana de 2016.
Na ocasião, Celia teria deixado, de forma fraudulenta, de observar procedimentos mínimos para aprovação do plano de voo da aeronave. Desde 2016, Celia era refugiada no Brasil e vivia em Corumbá, normalmente. A controladora chegou a ter o pedido de refúgio renovado. Celia usou como argumento para o pedido de refúgio “perseguição” na Bolívia após as declarações sobre o acidente.
O plano de voo do avião da Lamia, assinado por Celia, que transportava o time da Chapecoense, mostrou que o piloto decolou da Bolívia para a Colômbia sem combustível suficiente para enfrentar qualquer imprevisto.