Paciente é de Ponta Porã e já vinha recebendo atendimento no Hospital
Um homem de 60 anos, morador de Ponta Porã e que já é atendido no Hospital Adventista do Pênfigo (HAP), foi o primeiro a fazer um transplante de fígado no Estado. A cirurgia foi na última terça-feira (23). A operação é inédita em Mato Grosso do Sul.
Para a coordenadora da CET/MS (Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul), Claire Miozzo, o procedimento realizado representa um grande avanço para a população sul-mato-grossense. O CET é administrado pelo Governo do Estado e tem papel fundamental no processo de transplantes, desde a doação, fila e até o procedimento final.
Convênio assinado no final de setembro do ano passado entre o Governo do Estado, por meio da SES (Secretaria Estadual de Saúde), viabilizou a instalação e habilitação do primeiro Centro de Transplante de Mato Grosso do Sul e, em abril deste ano, o Ministério da Saúde conferiu ao HAP a habilitação para ser a primeira instituição de saúde do Estado a realizar transplantes de fígado.
“No setor de transplantes, com o Hospital Adventista do Pênfigo habilitado, os nossos pacientes poderão realizar o transplante de fígado sem precisar se deslocar para outros centros transplantadores. Isso vai ajudar muitas pessoas que precisam realizar esse procedimento. Além disso, também poderemos utilizar os órgãos que as famílias doam, no caso o fígado, para pacientes no nosso Estado”, afirmou Claire Miozzo.
O HAP deu início no ano de 2021 ao processo de documentação e adequação da estrutura física a fim de cumprir todos os requisitos preconizados pelo Ministério da Saúde para realização de transplantes. A expectativa é que sejam realizadas ao menos 69 cirurgias hepáticas por ano no Estado.
Claire Miozzo, fala sobre a importância de manter conversa com os familiares e que as pessoas entendam sobre a necessidade de se tornarem doadoras. “As pessoas não conversam sobre a doação de órgãos e tecidos, quando morrem, cabe a família autorizar a doação. Durante a acolhida entrevistamos o familiar e damos o direito de a família decidir pela doação. Muitas vezes, quando dizem ‘não’, a maioria é porque desconhece a vontade de quem foi a óbito. Se isso for deixado claro em vida com a família, ela vai autorizar”, explica a coordenadora.
Assim, o serviço de acolhimento é feito por pessoas treinadas, que passam por capacitações da Central de Transplantes, a fim da família entender todo o processo de morte encefálica e o direito de autorizar ou não, a doação órgãos e tecidos.