Empurrados pela torcida, argentinos venceram por 2 a 0, gols de Mac Allister e Julián Álvarez; Polônia avançou graças a gol da Arábia no fim contra o México
A noite de Copa do Mundo nesta quarta-feira (30) no Catar foi de festa, tensão, nervosismo e cálculos. Muitos cálculos. No Estádio 974 pintado em alviceleste, a Argentina deixou a desconfiança de lado, atropelou uma medrosa Seleção Polonesa por 2 a 0 e avançou às oitavas de final como líder do Grupo C. Messi perdeu um pênalti no primeiro tempo, mas Mac Allister e Julián Álvarez fizeram os gols da vitória no segundo.
Derrotada em Doha, a Polônia também se classificou. E foi no sufoco. No outro jogo da chave, o México venceu a Arábia Saudita por 2 a 1 e igualou os quatro pontos dos poloneses. No entanto, os poloneses ficaram com um a mais de saldo e se classificaram.
Nas oitavas de final, a Argentina vai enfrentar a Austrália, segunda colocada do Grupo D. A partida está marcada para este sábado (3), às 16h (de Brasília), no Estádio Ahmed Bin Ali, em Al Rayyan.
Já a Polônia medirá forças com a atual campeã França. O jogo será às 12h deste domingo (4), no Estádio Al Thumama, em Doha.
Domínio argentino
O som ritmado da percussão ditava a cadência das palmas e das vozes. Desta vez, as arquibancadas emanavam apoio desde o minuto inicial. A tensão que fez os argentinos por vezes se calarem nos momentos de dúvida na vitória contra o México, no último sábado (26), parecia não existir.
Com os braços erguidos, os torcedores alvicelestes entoaram cantos para empurrar a seleção, provocar o Brasil e homenagear os “pibes das Malvinas”, na mais sangrenta guerra da história do país.
E a intensidade da torcida se fez refletir em campo. Foram os melhores 45 minutos da Scaloneta na Copa do Mundo.
Dominante, objetiva e impositiva, a Argentina encurralou a Polônia no campo de defesa adversário. Messi, Álvarez, Fernández, Acuña e De Paul tomaram conta do jogo e protagonizaram a hegemonia hermana ao longo de todo o primeiro tempo.
De forma natural, a superioridade logo se transformou em oportunidades de gol. Muitas. Álvarez, Messi e Acuña levaram perigo à meta defendida por Szczesny, mas pararam ora no goleiro polonês, ora na falta de pontaria.
O clímax foi aos 37 minutos, quando o VAR sugeriu penalidade máxima do arqueiro em Messi. Na cobrança, Szczesny fez uma defesaça para impedir o que seria o terceiro gol do camisa 10 argentino no Catar – lamentação da maioria argentina nas arquibancadas e mesmo nas tribunas de imprensa do 974.
Minutos se passaram até que os argentinos que se aglomeravam atrás do gol de Dibu Martínez – mero observador do jogo na metade inicial – começassem a saudar o “rei” Messi, em mais uma demonstração de apoio ao craque e à seleção. E o ritmo ofensivo continuou, como se não tivesse sofrido um baque com o lance anterior.
Gols, alívio argentino e tensão polonesa
Na volta para a etapa final, não deu nem tempo para o nervosismo tomar conta dos argentinos. Com menos de dois minutos, heróis improváveis apareceriam para salvar a noite.
Num time com Messi, Di María e tantos outros nomes experientes, foi o jovem Mac Allister, de 23 anos, quem desviou para as redes o cruzamento de Molina e abriu o placar. Ele, que até pouco tempo nem era titular da equipe.
Mesmo com o gol argentino, a dinâmica do jogo não mudou. Afinal, a derrota por 1 a 0 de diferença ainda não eliminava a Polônia.
Na outra partida da chave, o México vencia a Arábia Saudita também por 1 a 0 e igualava a pontuação polonesa, mas ficava atrás no saldo. Pouco depois, os mexicanos fizeram o segundo – cenário ainda positivo para os europeus.
A situação polonesa se tornou mais tensa aos 23 minutos, quando Julián Álvarez marcou um golaço para a Argentina: 2 a 0.
Nesse cenário, Polônia e México estavam empatados em pontos (quatro), saldo (zero) e gols marcados (dois). O confronto direto terminou 0 a 0.
A decisão, então, estava indo para o número de cartões. Mas, no fim, a Arábia Saudita diminuiu contra o México e garantiu a vaga polonesa nas oitavas.
Nos minutos finais, a Argentina ainda perdeu uma série de gols – para suspiros dos poloneses. Assim que soou o último apito, jogadores das duas seleções comemoraram a classificação: uns com alegria, outros com alívio.
POLÔNIA 0 X 2 ARGENTINA
Polônia
Szczesny; Cash, Glik, Kiwior e Bereszynski (Jedrzejczyk, aos 27′ do 2ºT); Bielik (Szymanski, aos 17′ do 2ºT), Krychowiak (Piatek, aos 38′ do 2ºT), Zielinski e Frankowski (Kaminski, no intervalo); Swiderski (Skoras, no intervalo) e Lewandowski
Técnico: Czeslaw Michniewicz
Argentina
Dibu Martínez; Molina, Romero, Otamendi e Acuña (Tagliafico, aos 14′ do 2ºT); De Paul, Enzo Fernández (Pezzella, aos 34′ do 2ºT) e Mac Allister (Almada, aos 38′ do 2ºT); Álvarez (Lautaro Martínez, aos 34′ do 2ºT), Di María (Paredes, aos 14′ do 2ºT) e Messi
Técnico: Lionel Scaloni
Motivo: terceira rodada do Grupo C da Copa do Mundo
Local: Estádio 974, em Doha, no Catar
Data e horário: quarta-feira, 30 de novembro de 2022, às 16h (de Brasília)
Gols: Mac Allister, aos 2′, e Julián Álvarez, aos 23 minutos do 2ºT (ARG)
Cartões amarelos: Krychowiak, aos 33′ do 2ºT (POL); Acuña, aos 4′ do 2ºT (ARG)
Árbitro: Danny Makkelie (Holanda)
Assistentes: Hessel Steegstra (Holanda) e Jan De Vries (Holanda)
VAR: Pol Van Boekel (Holanda)