É bem factível a informação de que o Rubro-negro já estaria se movimentando para encaminhar-lhe proposta concreta
O argentino Jorge Sampaoli, de 63 anos, demitido esta semana pelo Sevilha, da Espanha, já esteve duas vezes para dirigir o Flamengo: a primeira em 2015, quando chegou a acertar as bases de um contrato com Wallim Vasconcellos, então candidato de oposição a Eduardo Bandeira de Melo; e no início de 2020, quando, após deixar o Santos, ouviu de Marcos Braz que era ele, Sampaoli, o nome escolhido para substituir Jorge Jesus, caso o português não retornasse das férias para cumprir os seis meses finais do contrato com os rubro-negros.
Portanto, levando em consideração que Rodrigo Tostes, atual vice de finanças e homem de confiança de Rodolfo Landim, foi quem esteve à mesa com Wallim e Sampaoli, em viagem a Santiago, no Chile, em 2015; e como Braz, ainda vice de futebol, tem relação direta com o treinador, é bem factível a informação de que o Flamengo já estaria se movimentando para encaminhar-lhe proposta concreta. Na Gávea, não se fala oficialmente na saída de Vítor Pereira. Mas é difícil achar quem o garanta no cargo em caso da perda do título.
O semblante fechado, circunspecto, do técnico do Flamengo após a vitória sobre o Vasco, que colocou o time na final do Estadual, me deixou com a impressão de que o próprio Pereira já não encontra meios de satisfazer a torcida. Talvez, tenha percebido que seu conceito de jogo não se alinha ao dos rubro-negros. Pode conquistar um título aqui ou acolá, como fizeram Abel Braga e Rogério Ceni, mas com poucas chances de encantar como fizera Jorge Jesus. Ou até mesmo de conseguir o brilho efêmero como fez Dorival Júnior.
A estética do jogo de Pereira é mais voltada para o resultado do que para o espetáculo em si. Não chega a ser um treinador defensivo, mas tem dificuldades em abrir mão dos cuidados defensivos em prol de um sistema mais virtuoso. E isso é o oposto do que almeja o torcedor. O trabalho dele não é ruim, se levado em conta falhas no planejamento e condições físicas inadequadas de jogadores como Arrascaeta e Gérson, por exemplo. Mas deixa a desejar pelo padrão de jogo que oscila diante de adversários com elencos menos custosos. Nos dez ou doze treinos que poderá ministrar até a primeira partida da final do Estadual, Pereira terá de ensaiar seu time num sistema que seja capaz de dar ao Flamengo um mínimo de encanto. Caso contrário, mesmo em caso de conquista, terá de conviver com o fantasma de Jorge Sampaoli a lhe atormentar as ideias…