Polêmico para alguns, verdadeiro para outros, Marcos Cesar Malaquias Tabosa, ou simplesmente Marcos Tabosa, vereador do PDT, cristão, tem uma história de vida como muitos brasileiros, de lutas e de sonhos. Há 24 anos entrou no serviço público municipal, para atuar na área da educação. Com o passar dos anos nasceu em seu coração um sentimento de injustiça por conta da desvalorização dos servidores. Percebeu que para ser reconhecido teria de lutar. E essa missão jura não abandonar, nem mesmo se no futuro lhe oferecerem a chance de disputar cargos de deputado e senador. Afirma que sua carreira política é municipal e não se vê longe da luta diária de defender os servidores de Campo Grande. No final de 2009 tornou-se presidente do SISEM (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Campo Grande), iniciando ali um ousado plano de valorização para todos os servidores da Capital. Assumiu um sindicato destruído, mas foi à luta para realizar seus objetivos. Além de planejar a luta dos servidores da capital, Tabosa ampliou sua base de atuação sindical, ajudando outras categorias de trabalhadores, defendendo suas causas que são comuns na eterna relação capital/trabalho, ganhando amigos e musculatura no seu projeto de valorização do serviço público municipal. Crítico ácido de Marcos Trad, afirma que foi o pior prefeito dos últimos 50 anos da Capital, que o ex-prefeito arrasou o funcionalismo público em detrimento dos cargos em comissão ou no Proinc, que, segundo ele, só servem para serem cabos eleitorais do candidato do PSD ao governo. Por sua postura crítica, assumiu a alcunha dos adversários de que “dá mais trabalho que porco solto”. Tabosa analisa que a prefeita Adriane Lopes não tem perfil para o Executivo e que seria uma marionete nas mãos do seu esposo, deputado Lídio Lopes, e de Marcos Trad. Em entrevista exclusiva, ele veio à sede da FOLHA DE CAMPO GRANDE neste 7 de setembro e revelou muitas mazelas da administração municipal e que, apesar de saber que a luta é difícil, vai continuar fiscalizando e denunciando as coisas erradas.
FOLHA DE CAMPO GRANDE- Hoje, Marcos Tabosa é mais sindicalista ou vereador?
MARCOS TABOSA– Estou vereador, mas sou sindicalista, consigo atuar bem sendo um político que tem uma missão de vida. Lutar pelos servidores municipais não é fácil, mas é prazeroso. Defendo os trabalhadores, aqueles que todo dia cedo saem de casa para cumprirem suas jornadas. Sobretudo nessa gestão que começou em 2017, que trouxe um período de arrasamento do funcionalismo de Campo Grande.
FCG- Poderia citar o que chama de arrasamento dos servidores?
MT- Muita gente fala que o Alcides Bernal foi um prefeito ruim, mas na época dele, entre comissionados e agentes públicos, eram mais ou menos 2,3 mil servidores. Na gestão do pervertido sexual Marcos Trad esse número se aproxima dos 10 mil, o que ocasiona um gasto enorme dos recursos da prefeitura, que deixa de ter caixa para investir. E a maioria desses contratados trabalha de cabo eleitoral agora que o ex-prefeito é candidato a governador. Essa gente não vê que a velha política não cabe mais. Agora nós queremos gestores de resultado.
FCG– A prefeita Adriane Lopes não pode corrigir os pontos que considere prejudiciais à sua administração?
MT– A prefeita Adriane Lopes, infelizmente, não tem perfil para o Executivo, não sabe como gerir a máquina e hoje ela é apenas uma marionete nas mão dos seu esposo, deputado Lídio Lopes, e de Marcos Trad. Ela reza nessa cartilha, só faz o que eles mandam. Mantém membros do gabinete intocáveis e secretários como o de Saúde, José Mauro Filho, que não faz nada… Unidades de Saúde, postos em péssimas condições, faltam remédios e todo tipo de equipamento, merece até uma CPI. Enquanto a capital do Paraná, Curitiba, gasta R$ 1.100 por paciente, Campo Grande gasta R$ 1.800. Tem algo errado aqui, pois lá em Curitiba o atendimento à saúde é de excelência.
FCG– Muitas das suas queixas são para o secretário de Saúde, José Mauro Filho. Por quê?
MT- Esse estorvado parece que tem a missão de matar muita gente na Capital. Quem precisa do atendimento aqui padece, pois nada está funcionado bem, faltam médicos, remédios, equipamentos e não tem nenhuma previsão de corrigir isso com essa pessoa chefiando a pasta. Mas como ele foi indicado por Marcos Trad vai continuar esse desserviço. Pena que muita gente vai perder a vida nesse período de incompetência, de irresponsabilidade, de desumanidade.
MT- Sou André para o governo. Acho ele o mais carismático e mais preparado, mas reconheço que o governador Reinaldo Azambuja acertou ao lançar Eduardo Riedel como candidato, ele é muito preparado, apresenta propostas concretas, um gestor de resultados que não foge do debate e mostra o que e como vai fazer. Acho que Riedel e Puccinelli vão para o segundo turno. Para a Câmara Federal acho que a chapa do PSDB faz de 4 a 5, o PT 1, o PP 1 e o MDB pode fazer 1 ou 2. Mais uma vez tenho que reconhecer que o governador acertou ao montar essa chapa.
FCG– Como o vereador vê o futuro da Capital?
MT– Olha… A prefeita Adriane Lopes aposta todas as suas fichas na candidatura de Marcos Trad. Ela considera que se ele ganhar a eleição, o dinheiro do Estado vai tirar Campo Grande do buraco. Ela mostra isso quando participa de bandeiraço no centro da cidade, como se a cidade estivesse a mil maravilhas. Isso é uma vergonha. Campo Grande cheia de problemas e a prefeita, em vez de tentar resolvê-los, fica balançando bandeiras. Eu não sei como essa gente dorme à noite. E, para tristeza dela, essas denúncias de assédio contra o pervertido sexual parece que o tiraram do páreo. Infelizmente, ela vai ficar mais dois ano no Paço Municipal e não sei como Lídio Lopes vai se comportar quando Marcos Trad perder a eleição.
FCG– Suas considerações finais…
MT- Quero falar para os servidores que sigo lutando por nós, não vou me corromper e na Câmara de Vereadores, apesar de não termos muitos poderes, vou seguir fiscalizando e cobrando melhorias. Não é possível dinheiro público, ou seja nosso, sendo empregado em coisas que não retornam para a população. Não dá mais para conviver com esse estado de coisas acontecendo, são muitas denúncias. Repito, precisamos de uma CPI na Saúde. Não é possível gastar R$ 2 bilhões e o atendimento ser péssimo. E o ex-prefeito ainda tem a pachorra de dizer que o Governo do Estado não o ajudou, sendo que mais de 200 obras foram feitas durante a gestão de Azambuja na Capital, que acreditou neste escorpião chamado Marcos Marcelo Trad.