“Crescer, mas sem filiações em massa, evitando que o PSB seja uma espécie de barriga de aluguel”
O presidente do Diretório Regional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Paulo Roberto Duarte, trabalha com prioridades bem definidas desde que assumiu o cargo este ano. Duas destas prioridades são fortalecer o partido e aprimorar a estratégia de participação nas eleições de 2024.
Nesta entrevista, ele salienta que mira o crescimento do PSB, mas de forma sustentável e sem inchaço, para evitar que a sigla seja tratada como “barriga de aluguel”. Ciente da importância histórica do partido, Paulo Duarte cita que poderá lançar chapas próprias em alguns municípios, entre eles Campo Grande e Corumbá.
Ex-secretário de Fazenda e de Governo, prefeito de Corumbá de 2013 a 2016 e ex-deputado estadual, o dirigente frisa como o PSB encaminha suas alianças: “Não vamos apoiar por apoiar. Queremos crescer. Se o PSB vai apoiar uma candidatura buscaremos ter um vice-prefeito ou vice-prefeita”.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Quais as projeções e estratégias políticas e eleitorais do PSB para 2024?
PAULO DUARTE – Estamos conversando com as bases partidárias, as lideranças, dentro de perspectivas que apontam, em primeiro lugar, para o crescimento do PSB em todo o Estado, de forma sustentável, sem fazer filiações em massa, evitando que o partido seja uma espécie de “barriga de aluguel”.
FCG – Como é possível evitar esse tipo de inchaço?
PD – Nós estamos fazendo nossas conversas e filiações com muito critério. Queremos que os nossos representantes tenham uma ligação forte com os preceitos do PSB. Para o ano que vem queremos dobrar o número de vereadores e vereadoras, irmos de 22 a, no mínimo, 50. Para isto, estou visitando todos os municípios de Mato Grosso do Sul, não importa o tamanho. E estou apresentando nossos projetos políticos. Isto tem atraído as pessoas de forma natural, até porque elas estão fugindo desta polarização que vivemos nos últimos anos.
FCG – Em Corumbá, cidade onde nasceu e já foi prefeito, há uma decisão delineada sobre a sucessão local?
PD – Neste momento o que se faz é ouvir, é dialogar, é apresentar o que se tem a oferecer e o que se quer ter num projeto sério, programático, de alianças transparentes. Com este pensamento estamos mantendo conversas com diversas lideranças, muitas delas descontentes com o atual modelo de gestão do município. Corumbá vive um momento extremamente difícil do ponto de vista administrativo e político e sem políticas públicas locais que ofereçam à população o que ela quer com prioridade, o desenvolvimento, a geração de empregos. Por isto, precisamos ter um projeto para que a cidade volte a ser protagonista em âmbito estadual.
FCG – O que o PSB propõe para garantir este protagonismo?
PD – Corumbá precisa de um projeto que proporcione uma perspectiva de crescimento social, econômico e sustentável. Um modelo de políticas públicas que fomente a economia, gerando empregos e fortalecendo as vocações locais, como o turismo. Para conseguirmos isso, não podemos dar evidência a projetos individuais. Precisamos trabalhar em conjunto para evitar que Corumbá continue caminhando para o isolamento. É dialogando e formando alianças, porque política é a arte de buscar convergências dentro das divergências.
PD – Quarto maior colégio eleitoral do Estado, Corumbá é uma cidade estratégica política e eleitoralmente, além de ser uma região de grande poder econômico. Estamos conversando amplamente, com PSDB, Podemos, PSD, PP, PT, União Brasil, MDB e outros partidos. Nós buscamos união e projetos amplos, que não sejam de caráter pessoal.
FCG – E em Campo Grande, o PSB lança chapa própria?
PD – O vereador Carlão Borges é o nosso principal nome para a disputa na Capital. Ele foi colocado como pré-candidato para realizar a mudança necessária e esperada no município. E faremos também uma chapa forte para a Câmara Municipal.
FCG – E em Dourados e outros municípios?
PD – Em Dourados, a tendência é por uma aliança. Porém, vamos continuar conversando com as lideranças locais até decidir quem apoiar. O apoio está diretamente relacionado ao crescimento do PSB. Não vamos apoiar por apoiar. Queremos crescer. Se o PSB vai apoiar uma candidatura buscaremos ter um vice-prefeito ou vice-prefeita. Ou ao menos uma chapa forte para vereadores. É dentro dessa conjuntura que estamos fazendo as tratativas em todos os municípios.