O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) nasceu para ser durante longo tempo a voz única da resistência brasileira pelo Estado de Direito. E foi a força de maior contribuição com o processo redemocratizador do País. Quando ingressou no PMDB – sucedâneo do velho MDB -, Oswaldo Mochi Júnior se nutria de ensinamentos que a legenda vinha aplicando na qualificação política do Brasil.
Essa vivência abriu um horizonte de protagonismos para o jovem advogado. Nascido em Itápolis, interior paulista, e instalado por laços afetivos e profissionais em Mato Grosso do Sul. Antes de fazer de Coxim o definitivo abrigo domiciliar, foi funcionário público do Banco do Brasil e do Tribunal de Justiça em Fátima do Sul.
Pelo PMDB foi eleito e se reelegeu prefeito de Coxim em 1996 e 2000. Em 2002 conquistou o primeiro mandato de deputado estadual, reelegendo-se mais três vezes. Presidiu a Assembleia Legislativa duas vezes e em 2018, soldado do PMDB, atendeu à convocação para disputar o governo estadual, mesmo durante um período crítico eleitoralmente para a sigla, da qual é o atual presidente.
Nesta entrevista à Folha de Campo Grande, Júnior Mochi aborda os desafios políticos e eleitorais do MDB e o desejo de reconquistar a cadeira que já ocupou na
Mochi é sucinto ao falar sobre a grande interrogação no ambiente político de Mato Grosso do Sul: a candidatura do ex-governador André Puccinelli ao governo estadual em 2022.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Hoje suas lides profissionais tomam mais tempo que a política. A direção estadual do MDB e o desafio eleitoral de 2022 vão alterar esta situação?
JÚNIOR MOCHI – Não vão alterar, pelo contrário, vou procurar adequar as duas questões: profissional e o político. Isso é uma questão de estabelecer ordem de prioridade às minhas atividades. Haverá momentos em que a política exigirá um tempo maior e outros não. Penso e espero que a pandemia nos dê uma trégua no 2º semestre. Iniciarei minhas visitas com lideranças políticas nos municípios na minha base eleitoral, e isso eu farei às sextas-feiras e sábados, sem que atrapalhe o atendimento às questões profissionais.
FCG – Quer voltar à Assembleia Legislativa ou pretende voar mais alto?
JM – Entendo que neste momento, o melhor e mais prudente é colocar o meu nome à disposição como pré-candidato a deputado estadual. Voltar à Assembleia Legislativa é o meu objetivo neste momento. Qualquer outra mudança é fruto do cenário político.
FCG – A candidatura de André Puccinelli ao Governo é fato consumado, depende dele ou a conjuntura é que vai determinar, considerando inclusive as questões judiciais?
JM – Para o MDB, não há dúvidas que o desejo é a candidatura de André Puccinelli ao governo, pela sua história, pelo seu legado e por ser o nome com maior viabilidade político/eleitoral. Obviamente, a decisão final cabe a ele. O ex- governador é a melhor opção e a que deseja o MDB. Entretanto, não é a única, temos outros nomes, de modo especial o da senadora Simone Tebet.
JM – O MDB entende que será uma eleição de 2 turnos e os grupos políticos se preparam para isso. Entendemos que o grupo liderado pelo PSDB, que está no comando do executivo estadual, ao que tudo indica, terá seu candidato, assim como, em razão do crescimento da possível candidatura do ex-presidente Lula, o PT também terá seu candidato. O MDB terá candidato próprio e ainda temos o PSD, o PSL e o DEM, que deverão lançar candidaturas próprias. Por isso, entendemos que haverá uma pulverização no 1º turno com a consequente polarização no 2º turno.
FCG – Já surgiram rumores sobre prováveis alianças do MDB com o PSDB ou com uma composição mais de centro?
JM – Como a pergunta expressa, por enquanto são apenas rumores. Neste momento é natural o início do diálogo entre as lideranças e os partidos. Mas não há nada de concreto e, pessoalmente, acho ainda distante a possibilidade de uma coligação do MDB com o PSDB.