Ao garantir o maior piso salarial do Brasil aos professores, o governador Reinaldo Azambuja deixou explícito seu compromisso com a educação e educadores. “É preciso cuidar do professor para que ele faça a diferença no trabalho do dia a dia, com foco na aprendizagem dos estudantes”, tem afirmado o governador, que vem implementando uma política douradora e de qualidade para a educação em Mato Grosso do Sul.
Azambuja entregou os novos desafios da educação pública à professora Maria Cecília Amendola da Motta, com larga experiência e qualificação profissional na área. Enquanto as obras inacabadas, como reforma e ampliação de escolas, estão sendo concluídas em um curto espaço, a pasta da educação trabalha para cumprir o programa de governo, onde a valorização do servidor é uma das prioridades, por meio da formação permanente, melhoria salarial e fortalecimento da gestão escolar, dentre outros.
“Esta gestão encontrou um sistema fragmentado, com programas e projetos desenvolvidos de maneira desarticulada e que pouco considerava as especificidades de nosso estudante”, afirma a secretaria de Educação, em entrevista exclusiva à FOLHA DE CAMPO GRANDE, onde detalha os programas e projetos em execução. Maria Cecília afirma que os avanços até aqui são fruto do trabalho em equipe da secretaria.
O maior desafio da sua pasta é melhorar os indicadores do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), dos atuais 3.4 para a nota 5 até 2018, como projetou o governador Reinaldo Azambuja. Maria Cecília assinala também outros indicadores importantes de rede estadual, como aumento de matrículas na Educação Profissional e a redução da evasão dos cursos de Educação de Jovens e Adultos.
Maria Cecília é graduada em Pedagogia (administração e supervisão) e Ciências Biológicas e mestre em Educação e Políticas Públicas para a Infância, com especialização em Didática do Ensino Superior, Ecologia e Gestão de Cidades. Ex-secretária de Educação de Campo Grande (2005-2012), foi professora no ensino fundamental, médio e superior e diretora de escola na Capital.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Quais os eixos prioritários da política de educação do governo tucano?
MARIA CECÍLIA – Valorização dos servidores, por meio de ações em Formação Continuada para todos os profissionais da Educação, oferta de pós-graduação aos professores, melhoria salarial, chamada de concursos anteriores e realização de novos concursos; melhora dos indicadores escolares, por meio de formação de professores e assessoramento pedagógico as escolas com baixo rendimento; fortalecimento da Gestão Escolar, com processo seletivo de gestores que contemple capacidade técnica via formação e avaliação, bem como eleições diretas realizadas com as comunidades escolares. Complementado por um sistema de acompanhamento sistemático do desempenho dos gestores em suas respectivas unidades escolares; valorização da Educação Profissional, com ampliação na oferta dos cursos já disponíveis e abertura de cursos na área de saúde; redução da defasagem idade-série, com desenvolvimento de projetos específicos aos públicos jovens e adultos, como o Projeto Avanço do Jovem na Aprendizagem – AJA/MS para jovens de 15 a 17 anos e o Projeto EJA Conectando Saberes, para população adulta, com proposta que incentive não só a matrícula como a permanência do aluno durante o ano, reduzindo consideravelmente a evasão escolar tão frequente deste público.
FCG – Como esta gestão encontrou a estrutura educacional em MS?
MARIA CECÍLIA – Esta gestão encontrou um sistema fragmentado, com programas e projetos desenvolvidos de maneira desarticulada e que pouco considerava as especificidades de nosso estudante. De maneira geral, as ações adotadas basicamente seguiam a execução de programas federais, com pouco investimento estadual. Neste aspecto nosso maior desafio foi o de desenvolver ações próprias, que contemplassem nossas necessidades e sustentadas em recursos estaduais, fazendo com que ficássemos menos dependentes de investimentos federais.
FCG – As obras inacabadas em sua pasta hoje estão praticamente concluídas?
MARIA CECÍLIA – Retomamos todas as obras, muitas das quais já entregues ou em fase final. São obras de reforma ou ampliação das escolas e outras edificações que ampliam a estrutura física da nossa rede, conforme compromisso do nosso governador. Mas a conclusão delas está atrelada ao repasse financeiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), isto é, o governo depende de recursos federais.
FCG – Quais as perspectivas de investimentos em obras físicas para 2016?
MARIA CECÍLIA – Realizar levantamento e cadastro de unidades escolares por meio do Diagnóstico Situacional dos Prédios Escolares – DSRE; a reforma de 10 unidades escolares; a manutenção de 40 unidades escolares; obras de acessibilidade em 20 unidades escolares; o levantamento e elaboração de PSCIP (Plano de Segurança Contra Incêndio e Pânico) em 30 unidades escolares; bem como a conclusão das obras de construção de três unidades escolares novas.
FCG – A garantia do piso nacional aos professores foi uma vitória da educação?
MARIA CECÍLIA – Com certeza. A valorização profissional, uma de nossas propostas de Governo, tem entre seus aspectos a melhoria na remuneração do professor, que afetará diretamente na melhoria da qualidade de ensino, pois temos certeza que um profissional bem remunerado desenvolve melhor seu trabalho e se sente valorizado.
FCG – E a proposta de ampliar a rede em tempo integral ainda este ano?
MARIA CECÍLIA – Encerramos o ano de 2015 com oito unidades escolares que ofertam ensino médio e 28 que ofertam ensino fundamental em tempo integral. Este ano estamos ampliando o número de unidades escolares em Tempo Integral, sendo que esta ampliação contempla uma nova proposta de educação integral em duas unidades de Campo Grande. Estas unidades irão ofertar uma educação pautada na metodologia de educar pela pesquisa, onde nossos alunos desenvolverão ações de pesquisa como sustentação para o processo de aprendizagem, sempre sob a intermediação de professores, que passaram por quatro meses de formação ainda no segundo semestre de 2015. O desenvolvimento pedagógico destas unidades será amplamente monitorado pela Secretaria de Estado de Educação, que coletará todas as informações necessárias para que possamos ampliar esta metodologia para outras unidades da Rede Estadual de Ensino nos próximos anos.
FCG – O governador fala em uma política douradora, onde o conhecimento chegue a toda a rede pública. O governo já trabalha nesse modelo?
MARIA CECÍLIA – Sim. Em 2015, a Secretaria de Estado de Educação desenvolveu o projeto “SED vai as escolas”. Este projeto levou toda a equipe da Secretaria a uma formação uniforme, em 24 encontros por todo o Estado. Foram atendidos mais de 22 mil servidores entre professores, coordenadores, gestores e funcionários administrativos. Esta foi uma ação com o viés de garantir uma política que estabeleça o desenvolvimento do conhecimento a toda a rede. Ainda neste aspecto, hoje temos o cuidado de oferecer todas as possibilidades disponíveis aos estudantes do Estado, respeitando sempre a especificidade local e a necessidade da comunidade, atingindo assim a maior distribuição possível de nossos programas e projetos.
FCG – E a UEMS, o que a instituição tem contribuído para a melhoria do ensino e o que este governo projeta para o ensino superior?
MARIA CECÍLIA – A UEMS constitui-se em uma grande parceira da Secretaria de Estado de Educação, haja vista que iniciamos já no ano de 2015 as tratativas para a disponibilidade de formação continuada de professores da Rede Estadual por meio de cursos de Pós-graduação Lato Sensu, que serão ofertados a partir deste ano, atendendo as necessidades da rede e o anseio dos professores.
FCG – Melhorar nossos indicadores na educação, saindo da nota 3,4 do Ideb, para 5 em 2018, é uma meta possível? Como o governo se planeja para alcança-la?
MARIA CECÍLIA – É o que objetivamos. Mas a meta de atingirmos a nota 5 nos indicadores do Ideb é ousada, e sabemos das dificuldades de se estabelecer um aumento de 1,6 nos indicadores da rede estadual em tão pouco tempo, haja vista a grande diversidade desta rede e os obstáculos em sobrepor as especificidades no caminho de desenvolver ações em todas as unidades escolares.
A valorização profissional, o assessoramento pedagógico de unidades de baixo rendimento, o desenvolvimento de projetos para alunos em defasagem, a proposta de educar pela pesquisa, entro outros, são caminhos seguidos por nossa equipe na busca pela elevação da qualidade da aprendizagem oferecida na Rede Estadual de Ensino. Acreditamos que a melhoria dos indicadores do Ideb será uma consequência natural destas ações.
O Governo do Estado não está medindo esforços no sentido de garantir as condições necessárias para que possamos melhorar consideravelmente não só os indicadores do Ideb, como outros indicadores importantes de nossa rede como aumento de matrículas na educação profissional e a redução da evasão dos cursos de educação de jovens e adultos.