O jovem precisa ser levado a sério. Esta é uma das definições que impulsionam o polivalente Eric Fossati, que vê com preocupação aquilo que classifica de “buracos” nas políticas de inclusão social e econômica. Skatista, economista, empresário, desde adolescente e há 20 anos ele se desdobra pondo em prática iniciativas que focalizam a ampliação de oportunidades das novas gerações, principalmente as mais feridas pelas desigualdades.
Eric Fossati aceitou o convite para candidatar-se a vereador em Campo Grande pelo Solidariedade. O convite levou em conta o olhar aguçado para os problemas que mais fustigam a sociedade. Uma das entregas pessoais de Fossati é a atuação junto aos segmentos da cultura de rua.
Um dos melhores skatistas do Estado, é formado em Economia, corretor de imóveis, empresário e atua na construção civil. Pesquisador de cultura de rua, é ex-presidente da Associação de Skate de Mato Grosso do Sul, com ações de construção e reformas em todas as pistas da Capital.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Skatista com formação em Economia, corretor de imóveis, empresário e agora a política. O que o
ERIC FOSSATI – O que me motivou foi o maior obstáculo encontrado na própria política: portas fechadas. Quando temos apoio, é só institucional. Precisamos de apoio estrutural, de forma que as políticas públicas preventivas sejam levadas a sério. Pra cada R$ 1,00 investido em esporte, cultura e lazer se economiza R$ 5,00 em saúde e segurança pública.
FCG – Com mais de 750 candidatos, qual a chance de um estreante com seu perfil?
EF – Quando se fala em política partidária ou política eleitoral, sou estreante, sim. Mas desenvolvo políticas públicas preventivas para juventude há 20 anos. Eu nem sabia que fazia isso, mas fazia. Fui presidente da Associação de Skate de Mato Grosso do Sul. Sou economista e pesquisador de cultura de rua, sempre levei ao poder público uma discussão mais técnica sobre políticas públicas preventivas. Impactamos muito com nossos projetos, sempre de forma independente e com apoio da iniciativa privada e dos segmentos da cultura de rua.
FCG – Caso seja eleito, quais seriam os focos específicos de seu mandato?
EF – A primeira coisa será a criação da Casa da Cultura de Rua, tendo referência na Casa do Hip-Hop em Diadema (SP), que desde 1999 tem tido grande êxito de inclusão social. Vamos fortalecer os colegiados da cultura de rua: o hip-hop, street dance, skate, patins, bike. Queremos levar um processo de qualificação juntamente com os profissionais da área e criar esse processo pedagógico, impactando a economia criativa. Levaremos propostas para áreas como a cultura sem burocracia, incentivo olímpico, juventude educada, esportes em ação. Serão propostas validadas pelos próprios colegiados, pois nossa gestão terá um caráter pedagógico, baseada em uma gestão compartilhada.
EF – Atuo na construção civil desde os 13 anos, vendo a luta dos profissionais liberais – arquitetos, engenheiros, corretores e construtores… E sendo eu economista e corretor de imóveis há mais de 10 anos, fiz uma leitura técnica da situação e cheguei a uma conclusão: é preciso desburocratizar. E sei como fazer isso, pela própria vivência. Isso gerará um impacto socioeconômico em todo setor da construção civil. Quando alguém abre portas dentro de toda legalidade e normas técnicas obedecidas, torna-se um colaborador do setor e não um agente que cria barreiras.
FCG – O que deve ser feito para valorizar esportes como o skate, patins, bike, calistenia, parkour e outros que não têm tanto incentivo e visibilidade?
EF – Temos propostas sustentáveis. Elas se conversam. E quando a gente fala em esportes incomuns leva em consideração que existe a necessidade de organização dos colegiados desses grupos. Queremos levar para o legislativo propostas de leis baseadas nas experiências de cada segmento esportivo, lutando sempre pelas estruturas, pois hoje há um total descaso. Se for dada a importância devida a esses esportes teremos um impacto positivo na saúde e na segurança pública preventiva.