Durante meses, o secretário de Estado, Eduardo Riedel, ouviu os principais setores afetados pela pandemia em Mato Grosso do Sul. Ao ouvir as demandas e as reclamações, Riedel tinha como missão elaborar um conjunto de medidas que pudessem, de fato, ajudar aos empresários a manter ou retomar suas atividades, empregar ou recontratar mão-de-obra e, assim, ele anunciou recentemente o que a mídia já está chamando de Plano Riedel.
Riedel vem liderando, ao lado das equipes de saúde e de especialistas, a modelagem deste programa e o coordenou como Secretário de Governo em grande parte das diferentes fases desta Pandemia. Conheça, na entrevista exclusiva concedida à Folha de Campo Grande, o que diz cada uma dessas propostas do chamado Plano Riedel.
FOLHA DE CAMPO GRANDE- Quais serão as primeiras medidas do Prosseguir?
EDUARDO RIEDEL- Quando a pandemia começou focamos em estruturar o sistema de saúde para não faltar atendimento. Agora, com MS liderando a vacinação no País, com cerca de 70% da população já com a primeira dose no braço, o Prosseguir terá uma nova fase. Isso não significa que abandonamos a cautela e o monitoramento da saúde. A cada momento temos uma nova realidade e nosso foco agora é fortalecer a retomada segura da economia com o programa ‘Mais Social’ e o apoio ao comércio, cultura e turismo.
FCG- Como será a nova fase do Prosseguir? Será à medida que a vacinação for controlando a doença no Estado?
ER- A vacina traz de volta muita coisa que a pandemia nos tirou, como a mobilidade e a perspectiva econômica positiva. Ela é a principal chave para a nossa retomada, após um 2020 difícil, que trouxe uma das piores crises globais. À medida que a imunização avança, ela resgata a confiança para sairmos de casa. Acredito que esse período nebuloso na história está acabando, mas é preciso manter os cuidados e as medidas de biossegurança. Nós vamos acompanhando os números e tomando as decisões a respeito das atividades. Isso tudo com muita responsabilidade.
FCG- Você se reuniu com os setores afetados pela pandemia. Qual a principal reivindicação deles?
ER- Cada segmento vive uma realidade distinta da outra, mas não podemos ficar de braços cruzados assistindo empresários e funcionários passando por dificuldades e empresas fechando portas. É por isso que construímos um pacote robusto, fruto de muitos encontros em que conversamos e ouvimos setores e criamos um programa de ajuda às áreas prejudicadas para dar fôlego aos segmentos atingidos.
FCG- O programa de retomada econômica tem sustentabilidade a longo prazo?
ER- São sustentáveis a curto, médio e longo prazo. É importante entender que uns programas são por tempo determinado, outros por tempo indeterminado. Então, a possibilidade de mantermos um programa, para fazer com que o recurso chegue ao seu objetivo final, será medida com o andamento da própria pandemia em relação à recuperação da economia. A fórmula é básica: medir para tomar uma decisão segura.
FCG- Como as medidas do Prosseguir vão ajudar os setores de modo efetivo?
ER- Cada ponto deste pacote de retomada tem como diferencial ajudar na sobrevivência de quem conseguiu se manter durante esse período e auxiliar os que precisam retomar. É um processo gradativo e um respiro. Por exemplo, ao aliviar o pagamento do IPVA da frota empresarial, você auxilia nas contas diretamente do empresário. Ao conceder um auxílio a um guia turístico, você realiza um apoio imediato, mas ao mesmo tempo estimula o consumo. Ao conceder o microcrédito, a empresa pode ampliar sua mão-de-obra. Enfim, a roda da economia gira.
FCG- Quando começam as ajudas aos setores afetados pela pandemia?
ER- A lei já foi tramitada na Alems e já estão organizados os sistemas. A partir da próxima semana divulgaremos todos os detalhes desses programas, mas o mais importante é que a grande maioria estará disponível a partir de agosto. Destacar que o mais importante deste pacote é que ele foi elaborado com base na ciência e em três frentes: saúde, em primeiro lugar; social, cuidando dos mais vulneráveis; e econômica, com um extenso elenco de medidas adotadas desde o ano passado, que resultam hoje com este grande pacote para aliviar os setores mais afetados.
FCG- Você tem dito que o estado não pode tudo, mas tem feito o possível, tanto para salvar vidas como para manter MS crescendo e se modernizando. O que podemos esperar mais?
ER- A população pode esperar que vamos continuar trabalhando para colocar nosso estado no caminho do desenvolvimento, preservando a vida e a renda das pessoas. Neste momento difícil estamos fazendo o possível para que Mato Grosso do Sul continue avançando em setores fundamentais para o futuro das próximas gerações, como saúde, educação, infraestrutura e qualidade do emprego.