De origem humilde, o garoto que sonhava ser jogador de futebol nasceu na cidade de Rosália, interior de São Paulo, e cresceu em Marília, aonde chegou a jogar até os 18 anos como atleta profissional. A paixão pelo esporte sempre movimentou sua vida. De gerente de banco nos anos 80, Carlos Alberto de Assis, 57 anos, foi presidente da Federação Estadual de Tênis e vice-presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Diretor de esporte e diretor executivo da Fundação de Cultura, Esporte e Lazer na prefeitura de Campo Grande e presidente do Esporte Clube Comercial, sendo campeão estadual em 2010.
Na política, coordenou várias campanhas políticas, dentre elas as de Reinaldo Azambuja em 2012, a prefeitura de Campo Grande, e em 2014, na campanha vitoriosa que levou o PSDB ao Governo do Estado. Foi também presidente do PSDB de Campo Grande durante o mandato 2011-2015. Atualmente vem despontando como um dos grandes secretários da atual gestão do governo estadual contabilizando resultados positivos e mostrando na prática que gestão é planejamento.
Nesta entrevista exclusiva à FOLHA DE CAMPO GRANDE, o secretário estadual de Administração e Desburocratização elenca as principais conquistas do Governo nesses 18 meses de gestão, fala das ações administrativas, como o novo formato da Central de Compras, que só em 2015 permitiu uma economia de R$ 850 milhões, o projeto tucano nas eleições municipais, e encerra reiterando que nunca um Governo realizou tantas entregas em tão pouco tempo. (Geraldo Silva)
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Quais as principais conquistas do Governo neste um ano e meio de gestão?
CARLOS ALBERTO ASSIS – São 18 meses de grandes conquistas. Mesmo com a retração econômica que penaliza o país, nosso Governo conseguiu honrar os compromissos financeiros e manter o salário do funcionalismo em dia. Boa parte da responsabilidade por esse feito veio do aperfeiçoamento da gestão dos contratos de aquisição de materiais e serviços pelo Estado, o que proporcionou uma economia de R$ 850 milhões com os processos licitatórios, só comprando bem. Como exemplo, cito a licitação dos kits escolares, considerado hoje o mais barato do Brasil cuja ata de registro de preço já compartilhamos com outros seis Estados. Mais além, renegociamos contratos como o da telefonia fixa reduzindo o valor do pulso de R$ 0,48 para R$ 0,24, permitindo uma economia de R$ 3,5 milhões. Outro caso emblemático se deu na emissão das carteiras de identidades. Cada célula custava R$ 36 ao Governo. Realizamos um novo processo licitatório e a empresa vencedora ofereceu o valor de R$ 23,20. Mas também considero extremamente importante elencar nossos projetos prioritários como a Caravana da Saúde que percorreu todo Estado realizando mais de 500 mil procedimentos distribuídos em mais de 100 mil consultas, 35 mil exames e 50 mil cirurgias. Na área educacional com o nosso professor tendo o melhor salário do Brasil e a entrega dos uniformes, kits escolares e merenda já no primeiro dia de aula para os 300 mil alunos da Rede Estadual, o Programa Obra Inacabada Zero que está finalizando mais de 150 obras deixadas de herança pelas administrações anteriores e os investimentos na ordem de R$ 96 milhões segurança pública com infraestrutura, viaturas, armamentos e munições. É um novo momento para o sul-mato-grossense.
FCG – É sabido que o Governador Reinaldo Azambuja pegou um Estado com o orçamento engessado. A renegociação da dívida traz um novo alento para a administração em termos de investimento?
ASSIS – Sem dúvida, mas precisamos primeiro fazer a nossa lição de casa. É momento de reduzirmos custeio e equilibrarmos as contas porque a dívida não acabou, são apenas seis meses que nos darão um fôlego extra justamente para trabalharmos nesse equilíbrio de caixa e liberar os investimentos dentro de uma capacidade planejada. E por falar em investimentos, acho importante lembrar que mesmo diante desse cenário de crise, Mato Grosso do Sul figura como destino número 1, da região Centro-Oeste. Só para você ter uma ideia, hoje nossa política de incentivo permite um abatimento de até 90% do ICMS se o empreendimento for de um segmento ainda inédito no Estado.
FCG – O novo modelo para as compras governamentais, reduzindo custeio da máquina, ajudou também a dar esse fôlego nas finanças do Estado?
ASSIS – Em 2015 deixamos de gastar R$ 850 milhões comprando bem. Neste ano já passamos da marca de R$ 400 milhões, em pouco mais de seis meses. É importante porque são esses valores, que conseguimos economizar nas ações administrativas que estamos revertendo para as ações prioritárias, na área de saúde, educação e segurança pública.
FCG – Que ações o Governo vem desenvolvendo para valorizar o servidor e melhorar a prestação de serviços à população?
ASSIS – A valorização do servidor é o nosso principal desafio. Além do lançamento do programa de gestão por competências que terá a missão de promover o servidor por mérito, estamos trabalhando na construção de uma política efetiva de valorização do servidor que passa por questões estruturais nas 48 carreiras. Criamos lá no início da gestão, o Fórum Dialoga para estarmos constantemente discutindo essas questões com os representantes dos servidores. Já iniciamos, e é uma meta de Governo avançar nos Planos de Cargos e Carreiras. Estamos levando conhecimento, melhorando as condições de trabalho e já mapeamos todas as carreiras para realizarmos novas entregas até 2018. Além da questão financeira e estrutural, que não é o mais importante na visão do servidor segundo uma pesquisa interna que realizamos no início do ano passado, estamos investindo em ações de lazer, de entretenimento. Já organizamos caminhadas, Arraial, Festa do Servidor com shows e premiação, diplomação de reconhecimento aos servidores aposentados e estamos preparando novos projetos.
FCG – Que avaliação o senhor faz do Governo, estando à frente de uma das principais pastas, diante da crise do país, o desequilíbrio financeiro do Estado e a herança deixada por André Puccinelli?
ASSIS – Avaliação extremamente positiva. Um Governo que acaba de completar 18 meses e já colhe os resultados com aprovação de quase 60% da população. Um Governo que prioriza o social, que cuida do sul-mato-grossense, que vem trabalhando ações transversais e não se preocupa apenas em lançar obras para fazer vitrine. Você tem conhecimento de algum Governo que só no primeiro ano de mandato levou atendimento em saúde para mais de 100 mil pessoas? Não tem, por que não existe. Nosso projeto é tão bom, que vem servindo como referência para outros estados e até para outros países. Um governo transparente, que se preocupa em prestar contas do dinheiro público e que vem apresentando resultados diários. Você viu o salto do MS no ranking do Ministério Público, que avalia transparência nos Estados? Saímos da nota 1,4 para 9,1. Temos o Governador que mais fez entregas no Brasil, segundo o ranking do site G1. O Reinaldo já cumpriu mais de 30% do seu plano de Governo só no primeiro ano, e mais: seguindo rigorosamente o que a própria população apontou no Pensando MS que é saúde, educação e segurança pública. Isso é respeito com a população, isso é respeito com o sul-mato-grossense.
FCG – O governador Reinaldo Azambuja saiu atrás do Delcídio e do Nelsinho na disputa ao governo, mas ganhou as eleições com expressiva votação na Capital, onde a campanha foi coordenada pelo senhor. Que estratégias foram adotadas para reverter aquele quadro desfavorável?
ASSIS – Nossa estratégia é sempre uma campanha propositiva, limpa. Tínhamos um excelente candidato, um bom plano de Governo e só precisávamos montar uma boa equipe para que nossas informações pudessem efetivamente chegar à população. E esse foi o meu grande desafio montar um time de ponta, que se preocupasse muito mais em passar as nossas propostas do que cair em provocação de adversário, em jogo sujo. Outro ponto importante foi a confiança que o candidato Reinaldo depositou em nosso trabalho que nos garantiu autonomia e confiança para tocar o projeto. E neste ano vamos seguir pelo mesmo caminho. Temos a melhor candidata e teremos um ótimo plano de Governo. Já iniciamos a montagem do time e vamos seguir nessa mesma linha, de apresentação de propostas, jogando limpo, com responsabilidade e acima de tudo com verdade, porque o campo-grandense já está cansado de mentiras e de tanto jogo sujo na política.
FCG – O senhor é sempre ventilado em tempos de disputa eleitoral e estão agora cogitando seu nome para conhecer para concorrer à Câmara dos Deputados ou Assembleia Legislativa em 2018. O senhor é candidato?
ASSIS – Sou e sempre serei um soldado do meu partido. Em 2012, ensaiei uma candidatura, mas fui convidado para assumir a coordenação do Reinaldo à prefeitura de Campo Grande e declinei porque acho que o projeto partidário é sempre maior que o nosso projeto individual. Em 2014, a mesma situação quando assumi a coordenação de Campo Grande na então campanha do Reinaldo ao Governo. Não me arrependo porque política é grupo, política se faz no coletivo. Estou e sempre estarei à disposição do meu partido, o que for determinado, lá estarei.
FCG – Estamos próximos de uma eleição municipal e a Capital vive um retrocesso com a gestão Bernal. O PSDB tem um grande projeto para os campo-grandenses?
ASSIS – Sim, temos um ótimo projeto, inclusive já estamos realizando o Pensando MS 2 e a indicação de um dos melhores quadros do nosso Governo, que é a nossa vice-governadora Rose Modesto, que leva com ela essa nova maneira de fazer política do PSDB, de governar com transparência, com respeito às prioridades elencadas pela população. Estamos prontos para levar pra Campo Grande ações práticas já implementadas no Governo como a Caravana da Saúde, o Programa Obra Inacabada Zero; todas as ações que vem sendo desenvolvidos na área de educação com a valorização dos profissionais; os programas de formação continuada, o cuidado com a educação especial, as entregas de uniformes, kits e merendas já no primeiro dia de aula; os Programas Governo Consciente, que vem apresentando números importantes na redução de custeio e o de Gestão por Competências, que vem construindo um novo modelo de gestão pessoas com foco na valorização do nosso servidor. Estamos prontos para trazer para Campo Grande, a mudança que estamos promovendo em Mato Grosso do Sul.