Atuante na defesa das reivindicações da comunidade, transformou-se em um dos principais porta-vozes das mobilizações de moradores dos bairros. Foi um dos precursores da luta em favor do desfavelamento e da pavimentação do Bairro Nova Lima e região. “Comunitário Mesmo”. É com este slogan que o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Augusto Borges, o Carlão, gosta de ser identificado. Carlão, que está no 4º mandato na Casa de Leis, concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal FOLHA DE CAMPO GRANDE, quando falou sobre os desafios no comando da Mesa Diretora. Natural de Pedro Gomes (MS), onde nasceu no dia 2 de abril de 1965, ele é um líder comunitário atuante e esse trabalho à frente dos bairros mais carentes da cidade desde o fim dos anos 70 lhe rendeu seu primeiro mandato como vereador em 2008, quando foi eleito com expressiva votação. Carlão revelou que seu maior desafio será reaproximar a Câmara de Vereadores da população da cidade, pois, no entender dele, a Casa de Leis tem de ser mais aberta para o povo. Nesta entrevista, ele não revela se disputará vaga na Assembleia Legislativa ou será opção para voos mais altos do PSB em 2022.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Quais as principais contribuições que a Câmara, por meio de seus 29 vereadores, vem dando para a cidade?
CARLÃO BORGES – Estamos trabalhando em favor da retomada do crescimento e desenvolvimento da nossa cidade, com intensidade e agilidade. Desde fevereiro já apreciamos mais de 180 projetos de Lei, Decretos e Resoluções e 75 estão em tramitação. Estamos trabalhando com foco na produtividade. Em aprovar leis que garantam investimentos, recursos, obras e qualidade nos serviços públicos, além da ampliação dos direitos aos nossos munícipes. Como a aprovação da lei que garantiu gratuidades no transporte coletivo e o não aumento da tarifa, com isenção e remissão do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) para o transporte público da Capital. O programa ‘Saúde Para Todos’… Derrubamos vetos do Executivo a 87 emendas do PPA (Plano Plurianual) e a outras dez emendas que tinham sido vetadas na LOA (Lei Orçamentária Anual). Asseguramos recursos para projetos importantes que garantem melhorias nas carreiras de servidores públicos, investimentos de infraestrutura, distribuição de absorventes para alunas da rede municipal e mutirões de saúde para mulheres. Aprovamos o PPI (Programa de Pagamento Incentivado), voltado para pagamento de créditos tributários e não tributários, com o intuito de dar a oportunidade aos contribuintes campo-grandenses de regularizar débitos com o fisco municipal. Entre outras pautas importantes.
CB – Já retornamos às sessões presenciais, mantendo o cuidado com a biossegurança, com oferecimento de álcool em gel e distanciamento nas instalações da Casa de Leis. O uso de máscara está em fase não obrigatória. Usa quem quiser. Acredito que é preciso ir avaliando junto aos agentes públicos da saúde a segurança destas medidas. Vamos avaliando aos poucos, até a suspenção de todas as restrições. Continuamos incentivando a vacinação completa da nossa população, em todas as doses e reforços disponíveis. A pandemia nos ensinou que é preciso cautela e o respeito à ciência e às medidas que os profissionais da saúde nos orientam precisam ser atendidas e respeitadas. Foram muitas perdas e sofrimento no mundo todo. Vale à pena o cuidado.
FCG – Como o presidente vê a atual situação financeira de Campo Grande?
CB – Vivemos um momento delicado no Brasil e no mundo. Uma crise sanitária que entra para a história mundial como uma das maiores e os reflexos dessa pandemia estão repercutindo em todos os setores da sociedade. Em Campo Grande não é diferente. Graças à vacinação em massa, à união de esforços da população e à ação dos agentes públicos, estamos vivendo a retomada do “novo normal”. Os empregos estão voltando, investimentos e o comércio também demonstram uma retomada. Agora, o problema da vez é o aumento dos preços dos combustíveis, que reflete na inflação dos produtos de consumo fundamental. Acredito que Campo Grande está cheia de obras e devolvendo aos munícipes os recursos arrecadados em tributos. A administração do prefeito Marquinhos Trad demonstra eficiência nesse quesito, apesar de todas as dificuldades que teve que enfrentar. Mesmo com tantos problemas, estamos vendo melhorias na cidade e isso demonstra eficiência na gestão pública.
FCG – Devido à crise, o senhor sente que diminuíram as resoluções das reivindicações feitas pelos vereadores através de ofícios?
CB – Pelo contrário. Ampliamos as reivindicações e ações de fiscalização ao Executivo. Temos recebido um bom retorno das secretarias. Nós fiscalizando, reivindicando e legislando, sempre com harmonia e imparcialidade.
FCG – Dos pedidos da comunidade aos vereadores, quais se destacam mais?
CB – Muitos pedidos são referentes à saúde, ampliação de horários nos postos, remédios, melhoria na infraestrutura dos postos. Também muitos pedidos para melhoria nas vias, já que nossa pavimentação asfáltica é muito velha em várias regiões, são necessárias ações de tapa-buracos e recapeamento constantes. Pavimentação de bairros sem asfalto. Iluminação, segurança, limpeza… Os serviços cotidianos e que precisam ser constantes na cidade. Assim como em uma casa a manutenção precisa ser contínua para evitar problemas maiores, em uma cidade como Campo Grande a manutenção dos serviços públicos e na infraestrutura é fundamental. Um dos papeis mais recorrentes dos vereadores, que são verdadeiros despachantes do povo.
FCG – Este ano de eleição vai mudar a composição da Câmara. Isso altera os trabalhos do legislativo?
CB – Alguns vereadores devem pleitear vagas e vamos nos reunir para determinar regras sobre esse quesito. Para que o processo eleitoral não interfira na função a qual cada vereador foi eleito. Vamos determinar limites e regras para manter a eficiência e produtividade da Casa. Tudo dentro do que a lei determina.
FCG – Se fosse convocado pelo PSB, disputaria vaga de deputado estadual, federal ou outro cargo?
CB – Sou soldado do partido, partidário e presidente do diretório municipal do PSB de Campo Grande. Se necessário for dentro do projeto de crescimento do partido, meu nome está à disposição. Desde que seja consultado e participe do processo de definição de chapa. Já declarei meu apoio à candidatura do Marquinhos Trad para governador e se o partido não escolher esse caminho, vamos ver como vou organizar essa situação, se necessário posso me licenciar. Tenho lado e o Marquinhos sabe que pode contar comigo.