* Por Geraldo Silva
Natural de Glória de Dourados, o deputado estadual Rinaldo Modesto de Oliveira – o Professor Rinaldo – hoje é uma peça chave no processo político de fortalecimento e governabilidade da gestão do governador Reinaldo Azambuja, do qual é o líder na Assembleia Legislativa.
Sua atuação equilibrada e do bom diálogo tem sustentado uma estreita e profícua relação entre os dois poderes – Executivo e Legislativo -, cuja articulação e trânsito em todas as bases partidárias foi fundamental para a recente aprovação da reforma administrativa do Estado.
Rinaldo, nesta entrevista exclusiva à FOLHA DE CAMPO GRANDE, destaca a serenidade e coerência do governador Reinaldo Azambuja em gerir os destinos do Estado, lidar com a crise e manter os investimentos para garantir o pleno desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e o bem-estar da população. Também cita a sua coragem em cortar gastos com a diminuição da “máquina”.
“Sem dúvidas o governador está determinado a manter o Mato Grosso do Sul no caminho do crescimento, sendo um dos poucos estados com as contas em dia, sobretudo o salário dos servidores, mesmo tendo grandes perdas de receita”, observa.
O líder do governo tucano aprendeu o bom combate na roça, desde menino, e ao chegar na Capital em busca por oportunidade foi servente de pedreiro, cobrador de ônibus, guarda no Hospital Universitário, além de lecionar na Rede Estadual de Ensino, quando passou a ser conhecido como Professor Rinaldo.
Casado com Cristianne, pai de cinco filhos, iniciou sua trajetória política e de servir ao próximo no Conjunto Parati, onde dirigiu a associação de moradores por dois mandatos e, a partir daí, a vida desse professor tomou um novo rumo.
Em 2004, foi eleito vereador em Campo Grande, ocupando a presidência da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos e a vice-presidência da Comissão de Educação. Dois anos depois, com 14.017 votos, foi eleito deputado estadual pela 1ª vez.
Reeleito, com 29.386 mil votos, sendo o segundo mais votado na Capital, Rinaldo coloca seu mandato a disposição da população sul-mato-grossense para oportunizar mais qualidade de vida a quem realmente necessita. Hoje é um dos parlamentares mais atuantes da Casa de Leis.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – Nestes pouco mais de dois anos, quais os grandes temas que tem pautado seu trabalho na Assembleia Legislativa?
RINALDO MODESTO – Nosso trabalho é muito voltado para o social, para a defesa dos mais vulneráveis, como também para a educação. Hoje temos orgulho em dizer que o Mato Grosso do Sul é o Estado que melhor paga os seus professores, ainda não é o suficiente, mas estamos avançando. Sobre nossos projetos, gostaria de destacar a Lei 4.770/2015, que proporcionou a implantação de Centros Avançados de Estudos para Capacitação de Educadores da Rede Pública e Privada de Ensino, com objetivo de inserção escolar de alunos portadores de autismo ou diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista, e a Lei 4.827/2016, que garante a isenção do pagamento de taxas de inscrição em concursos públicos ao doador de medula óssea.
FCG – Mesmo na crise, Mato Grosso do Sul vem se superando com geração de empregos, safra recorde de soja e vinda de grandes indústrias. A que o senhor atribui este cenário positivo?
RM – À gestão do governador Reinaldo Azambuja, que tem tido sensibilidade e buscado parcerias, tendo uma interlocução muito boa com as empresas, como exemplo, posso citar a Fibria e a Eldorado que têm gerado muitos empregos na região do Bolsão.
FCG – Em linhas gerais, qual a avaliação que o senhor faz do governo de Reinaldo Azambuja?
RM – Apesar da crise econômica, o governador tem procurado otimizar os recursos da melhor maneira possível, enxugando a máquina, diminuindo de 15 para 10 secretarias. O governo tem feito a parte dele e está recebendo o reconhecimento; hoje o governador Reinaldo Azambuja é o segundo governador mais bem avaliado do país. O Mato Grosso do Sul é o quinto Estado mais competitivo, é o mais bem colocado no ranking da transparência e temos o Fórum Dialoga, para manter uma relação direta com os servidores estaduais.
FCG – A Assembleia Legislativa tem sido parceira do governo no corte de gastos. A reforma administrativa foi um ato de coragem e determinação do governador?
RM – Sim, o governador teve a coragem de encaminhar uma lei diminuindo secretarias, extinguindo 16 superintendências, também juntou, no mesmo local, cinco coordenadorias de inteligência, dando maior eficiência e agilidade, além de diminuir gastos. Sem dúvidas o governador está determinado a manter o Mato Grosso do Sul no caminho do crescimento, sendo um dos poucos estados com as contas em dia, mesmo tendo grandes perdas de receita.
FCG – O governo estadual está formatando a nova Caravana da Saúde. Os investimentos nessa área tem mudado a realidade da saúde em MS?
RM – Com certeza, a regionalização da saúde que começou a ser implantada com a Caravana da Saúde foi prometida por vários governos e nunca tirada do papel. O governador tem realizado importantes investimentos que estão possibilitando essa descentralização, que é fundamental para o nossa população. Muitas pessoas precisam deslocar-se até a Capital por motivos de saúde, gerando um transtorno para quem está num momento vulnerável e também colocando em colapso o sistema da Capital. A primeira entrega do governo neste sentido foi o Centro de Hemodiálise, na região norte, 18 máquinas para o Hospital Regional de Coxim. Todos os 79 municípios de Mato Grosso do Sul receberam uma máquina de Eletrocardiograma com laudo em 24 horas, também merecem destaque a entrega de leitos de UTI para hospitais de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Nova Andradina, além do investimento de 500 mil reais em equipamentos para o Centro Cirúrgico da Santa Casa de Corumbá, a retomada das obras do Hospital do Trauma, em Campo Grande, com término previsto para julho deste ano e dos Hospitais Regionais de Dourados e Três Lagoas, que serão entregues até o final do ano que vem.
FCG – E quanto à posição do Estado em cobrar o ICMS do gás da Petrobras e à ação judicial contra a União relativa ao custo dos presos federais? O que o senhor tem a dizer?
RM – É importante, neste momento de crise não podemos abrir mão de receitas as quais temos direito. Em relação à Petrobrás, a questão envolve um contrato em vigor, válido até 2019. A estatal tem obrigação contratual de bombear 24 milhões de metros cúbicos de gás por dia e não está fazendo, gerando um prejuízo para o Estado que já ultrapassou um 1 bilhão de reais, cerca de 75 milhões por mês de perdas, por isso o governador já discutiu o assunto com o presidente da República, Michel Temer, e com o presidente da Petrobrás, Pedro Parente. Em relação aos presos federais, a realidade é que a população carcerária do Estado hoje está em cerca de 15 mil presos, sendo mais da metade em consequência do narcotráfico e tráfico de armas, que é competência da União. Estamos gastando mais de 100 milhões por ano com esses presos e a União precisa nos ressarcir, pois é obrigação dela mantê-los.
FCG – No campo político, existe possibilidade de o PSDB e o PMDB caminharem juntos em direção a 2018?
RM – Política é como a nuvem, uma hora está aqui e no instante seguinte já mudou de lugar, então com tanto tempo não há como prever. Aqui na Assembleia Legislativa, o PMDB tem sido parceiro na base de sustentação do Governo, porém ainda é muito prematura uma discussão como essa, sobre as eleições do ano que vem.
FCG – Em nível nacional, o Governo Temer tem conseguido superar essa turbulência da recessão? O senhor enxerga algum sinal de recuperação do País?
RM – O Governo Federal tem se esforçado para conter a crise e encontrar o caminho da retomada do crescimento, todos os economistas tem dito que essa é uma das piores crises da história do país. Sou otimista e espero que o presidente Temer consiga fazer as reformas que o país precisa. Temas importantes, mas complexos, como a reforma da previdência, precisam ser debatidos e espero que todos tenham bom senso para que alcancemos um ponto que seja bom para o Governo, mas principalmente para a população brasileira. Como avanço do atual Governo, podemos pontuar a retomada da credibilidade junto ao mercado, a população estava com medo, estávamos caminhando para dias de insegurança financeira como os do período pré-Plano Real, em que a inflação batia índices astronômicos. Hoje alguns setores já retomaram os investimentos, o dólar baixou de R$ 4,50 para cerca de R$ 3,10, o país ainda está com sérios problemas, mas sem dúvidas, estamos nos recuperando.