Mais 5 vítimas do ex-prefeito Marquinhos Trad formalizaram queixa contra o político pela prática de crimes sexuais na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher – DEAM. Dessa forma, subiu para 13 o número de mulheres que representaram contra o pré-candidato a governador pelo PSD, investigado em inquérito policial pelos crimes de tentativa de estupro e assédio sexual.
O governador Reinaldo Azambuja, falou ontem sobre o assunto que ganhou repercussão nacional, o ex-prefeito, conforme a Polícia Civil, está sendo investigado por assédio sexual, estupro, estupro na forma tentada e favorecimento a prostituição.
“Hoje o que existe são várias denúncias de mulheres que se dizem vítimas de assédio, de estupro e de uma rede de prostituição dentro do Paço Municipal e cabe a polícia apurar com rigor. Polícia não tem que ter lado, lado A ou lado B, é apurar a veracidade da investigação e encaminhar a Justiça para condenação ou absolvição da pessoa denunciada”, afirmou.
“Não são poucas mulheres, estou dizendo a vocês que são inúmeras denúncias que todos os dias surgem pelos canais da polícia. Então vamos esperar a apuração, isso não é um caso político é caso de polícia e a polícia de Mato Grosso do Sul vai apurar com todo o rigor as denúncias que foram feitas. Não vamos fazer julgamentos de ninguém, quem condena, diferente do que já disse o próprio ex-prefeito em uma reunião num frigorífico que eu era corrupto e criminoso, e ele está equivocado, primeiro que eu não tenho nem processo aberto contra qualquer ato que cometi nos meus 26 anos de vida pública, então vamos esperar correr as investigações”, declarou.
Em coletiva na manhã desta terça-feira (26), na DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil), a delegada Maíra Pacheco, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que comanda as investigações no caso Marquinhos Trad, disse que mais mulheres procuraram a polícia para denunciar o ex-prefeito de Campo Grande.
Durante a coletiva, que também contou com o Delegado-Geral, Roberto Gurgel e o delegado Edilson dos Santos, do Departamento de Polícia Especializada, a Polícia Civil informou que vai investigar se as mulheres teriam sido pagas para registrar as denúncias contra o ex-prefeito de Campo Grande.
Segundo a delegada, a informação sobre o suposto pagamento feito as mulheres para registrarem denúncias não consta no inquérito, mas tudo será investigado e caso seja provado que as mulheres tenham recebido dinheiro, elas podem responder por falso testemunho. O crime tem pena de 2 a 4 anos, além de multa.
“Mas, não diminui as denúncias das outras vítimas que procuraram a delegacia”, disse Maíra Pacheco. Ainda segundo a delegada, sobre as denúncias de assédio sexual, “crimes como esse a única materialidade são os relatos das vítimas. Temos de ter respeito em um país patriarcal”, falou a delegada.
Ainda conforme a delegada, após a divulgação dos casos na imprensa, mais vítimas procuraram a delegacia, já que estão se sentindo mais seguras. A delegada disse que o número de denúncias aumentou, mas na ocasião não revelou quantas mulheres já teriam procurado a delegacia.
O inquérito deve ser concluído em 30 dias. Não existe ainda previsão de quando Marquinhos Trad deve ser ouvido.
A delegada ainda enfatizou que não necessariamente as mulheres que queiram fazer denúncias precisem ir à delegacia. Elas podem entrar em contato pelo canal direto da Deam (67) 99324-4898.