Presidente prepara pronunciamento à nação, reluta em ligar para Lula e vê perda de votos em SP e MG como principal razão para derrota
O presidente Jair Bolsonaro (PL) fará sua 1ª declaração pública depois de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser eleito o 39º presidente da República Federativa do Brasil nesta 2ª feira (31) ou na 3ª feira (1º.nov). Candidato a reeleição derrotado, isolou-se durante a noite de domingo, depois de proclamado o resultado das eleições de 2022.
Bolsonaro trabalha no texto de um pronunciamento formal com aliados próximos. O chefe do Executivo derrotado não fará uma entrevista. Será apenas um pronunciamento. Por enquanto, decidiu que não recorrerá à Justiça para contestar o resultado da eleição.
No pronunciamento à nação, Bolsonaro deve apenas falar sobre o que considerou um jogo desigual, com muitas decisões da Justiça Eleitoral que o teriam prejudicado.
O presidente avalia que sua derrota se deu sobretudo por perda de votos em São Paulo e um pouco em Minas Gerais em relação a 2018. São Paulo foi decisivo. O presidente teve no Nordeste em 2022 mais votos em termos percentuais do que recebeu em 2018. Já no Sudeste, Bolsonaro protagonizou uma débâcle eleitoral.
Em 2018, no chamado “Triângulo das Bermudas da política” (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais o presidente teve 65,5% dos votos válidos. Agora, foram só 54,1%.
Bolsonaro diz ainda que, na reta final, 2 episódios o prejudicaram muito: o vazamento de estudo do Ministério da Economia dizendo que o governo cogitava não dar mais reajustes para o salário mínimo; e a atitude de Roberto Jefferson contra agentes da Polícia Federal.
Bolsonaro diz a aliados que o episódio envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pode ter prejudicado a campanha, mas em menor escala. O que já está mais que decidido: Bolsonaro não telefonará para Lula.