O índice relativo a produção industrial de Mato Grosso do Sul apresentou melhora pelo segundo mês consecutivo, mas ainda não há crescimento, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto às empresas estaduais. “Em março, o índice de evolução da produção industrial marcou 47,7 pontos, contra 43,5 de fevereiro, indicando que na passagem de um mês para o outro houve redução do número de estabelecimentos com queda na produção”, analisou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
Ainda de acordo com a Sondagem Industrial, mesmo com pequena redução em março, a ociosidade da indústria segue alta no Estado. “Para 51% dos respondentes, a utilização da capacidade instalada ficou abaixo do usual para o mês. Já o índice ficou em 37 pontos em março e segue muito abaixo do patamar considerado adequado para o período, que é alcançado quando o indicador se situa em torno dos 50 pontos”, explicou Ezequiel Resende, completando que a ociosidade média em março foi de 35% contra 36% em fevereiro.
Com relação aos próximos seis meses, ele detalha que as perspectivas seguem ruins. “Os empresários da indústria estadual não acreditam em melhoras significativas em relação à demanda por seus produtos, quantidade exportada, número de empregados e compras de matérias-primas”, informou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
Trimestre
Na análise do 1º trimestre deste ano, o empresário industrial sul-mato-grossense mostrou-se insatisfeito com as condições financeiras da empresa. “De um modo geral, eles estão descontentes com a margem de lucro operacional, com o indicador alcançando 32,3 pontos. Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, em que os indicadores alcançaram os 31,5 e 37,7 pontos, respectivamente”, informou Ezequiel Resende.
Em Mato Grosso do Sul, no 1º trimestre, 59,3% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período, enquanto na mesma comparação o acesso ao crédito foi considerado difícil por 62,1% dos empresários e a situação financeira geral da empresa foi considerada ruim por 51,9% dos respondentes. “Por fim, 57,3% responderam que houve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas”, apontou a Sondagem Industrial.
O coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems acrescenta que os empresários apresentaram como principais dificuldades enfrentadas no 1º trimestre a elevada carga tributária, a inadimplência dos clientes, a demanda interna insuficiente, a falta ou alto custo de energia, a falta ou alto custo da matéria-prima, a falta de capital de giro e a taxa de juros elevadas.
ICEI
O Índice de Confiança do Empresário Industrial em Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) voltou a cair em abril de 2016, marcando o 21º mês consecutivo com o resultado abaixo dos 50 pontos. “O ICEI/MS marcou 39,3 pontos em abril, assinalando queda de 2,1 pontos em relação a março. O resultado permanece abaixo da linha divisória dos 50 pontos, principalmente, pelo pessimismo apresentado em relação às atuais condições da economia brasileira, que segue como a variável de pior desempenho, marcando apenas 18,5 pontos”, falou Ezequiel Martins.
Em abril, para 89,1% dos respondentes as condições atuais da economia brasileira pioraram, enquanto no caso da economia estadual, na mesma comparação, a piora foi apontada por 79,3% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 57,9% dos respondentes, sendo que para 38,6% elas não se alteraram. Para os próximos seis meses, 50% dos respondentes mostraram-se pessimistas em relação à economia brasileira, enquanto no caso da economia estadual o pessimismo foi apontado por 46,9% dos participantes da pesquisa e, em relação ao desempenho da própria empresa, considerando os próximos seis meses, 32,1% dos respondentes mostraram-se pessimistas, patamar ainda próximo aos dos que acham que a situação permanecerá igual, que chegou a 38,3%.
Além disso, 71% dos empresários industriais do Estado não pretendem investir nos próximos seis meses. “O industrial sul-mato-grossense segue pouco confiante em relação aos investimentos, com o indicador de intenção de investimento marcando 38,8 pontos, recuo de 11,6% sobre igual mês do ano passado”, finalizou Ezequiel Resende. (Assessoria)