Retomada da UFN 3 foi incluída no plano de investimentos da estatal, divulgado na noite desta quinta-feira (23)
A Petrobras anunciou a retomada e conclusão da unidade de fertilizantes nitrogenados da Petrobras (UFN 3), em Três Lagoas (MS) – a 328 km de Campo Grande. A estatal divulgou, na noite desta quinta-feira (23), os detalhes do plano estratégico de investimentos para o período de 2024 a 2028, o que inclui a retomada da construção da fábrica. A expectativa é de que a obra seja concluída em um prazo de até dois anos.
Com a aprovação do plano estratégico, a Petrobras planeja definir o cronograma nos próximos meses. De acordo com o secretário titular da Semadesc, Jaime Verruck, a retomada deve começar em 2024 e ser concluída em 2026.
“O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o plano estratégico de investimentos de 2024 a 2028, marcando um forte compromisso da empresa com a descarbonização e a produção de combustíveis alternativos. A notícia traz esperança para a comunidade e empresas locais, pois a retomada das obras da UFN3 estava entre as expectativas desde a paralisação em 2014”.
Ainda de acordo com o secretário, o presidente Lula (PT) expressou o desejo de inaugurar a UFN3 durante seu mandato. “Um sinal positivo para a economia local e a indústria de fertilizantes”, destacou.
Com 81% da obra realizada, a construção da UFN 3 teve início em setembro de 2011, mas foi interrompida em dezembro de 2014. A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
A unidade
As obras da fábrica começaram em 2011 e foram paralisadas em dezembro de 2014, quando a Petrobras rompeu o contrato com o consórcio que havia vencido a licitação para a construção, alegando descumprimento do contrato.
Em 11 de fevereiro de 2017, a estatal anunciou que estava colocando à venda a UFN 3 e também da Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa), que opera em Araucária (PR), como parte da estratégia de desinvestimento da companhia e de saída da produção de fertilizantes no país. Mais de um ano depois, em 9 de maio de 2018, a Petrobras, em comunicado de mercado, informou o início das negociações com exclusividade com o grupo russo Acron pelo prazo 90 dias.
A venda da fábrica, então bem encaminhada, ficou em suspenso, entretanto, em junho de 2018, quando o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu, por meio de uma liminar, o governo de privatizar empresas estatais sem prévia autorização do Congresso.
Ao julgar o mérito da ação sobre o assunto, o plenário do STF decidiu no dia 6 de junho de 2018, manter a proibição para as estatais, mas autorizou as vendas das subsidiárias, as subdivisões dessas “empresas-mães”, sem o aval do Legislativo.
No dia 14 de junho de 2018, a estatal comunicou ao mercado a retomada do processo para a venda da UFN 3 e também da Ansa. “Dessa forma, a Petrobras está retomando o processo competitivo para a venda dessas unidades”, afirmou a empresa, acrescentando que “a operação está alinhada à otimização do portfólio e à melhoria da alocação do capital da companhia”.
A estatal colocou a UFN3 à venda em setembro de 2017, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A empresa da Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia.