Produção tem ciclo de 20 anos, onde a primeira safra acontece em três anos, se estabilizando após cinco. A colheita em MS deve ocorrer entre maio e janeiro.
O novo polo da citricultura agora, fica ao leste de Mato Grosso do Sul, há 434km da Capital, no município Cassilândia, que deve se transformar em um dos grandes produtores de laranja, com uma área plantada de 3,2 mil hectares somente neste ano, além dos 800 hectares já existentes.
Em todo o Estado a expectativa é que a citricultura chegue a 30 mil hectares plantados. Enquanto essa meta não é atingida, MS se prepara para receber a citricultura, com legislações e ações em prol da nova cultura. Além disso, o planejamento estadual almeja buscar a industrialização da cadeia quando o total de hectares plantados se aproximar de 25 mil, explica o titular da Semadesc, Jaime Verruck.
“A citricultura vai bem nas áreas mais arenosas, com menor teor de argila, e isso é importante. Como a laranja está vindo com sistemas de irrigação, nós temos aí uma perspectiva de investimentos altos, mas com elevada produtividade. Além do clima, solo e áreas disponíveis, notamos em especial a migração de produção paulista de laranjas, em função da doença do greening”.
Atualmente o cultivo de laranja no Estado já ocorre em Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Água Clara, Bataguassu, Chapadão do Sul, Figueirão, Terenos, Jaraguari Inocência e Paraíso das Águas.
Em Cassilândia, o planejamento sobre o avanço da citricultura foi discutido entre autoridades do Estado, município e representantes da empresa Frucamp.
“É importante que tenhamos cuidado com as medidas preventivas contra o greening, doença que ameaça a produção de frutas cítricas em todo o mundo. A doença já provocou quedas significativas de produção na Flórida (EUA), por exemplo, mas em Mato Grosso do Sul adotamos uma política de tolerância zero contra ela. É fundamental que sejam plantadas apenas mudas certificadas e livres de contaminação”, frisa a coordenadora de Citricultura da Semadesc, Karla Nadai.
Ao lado dos fiscais estaduais agropecuários da Iagro, Cristiane Navarrete e Carlos Aparecido Barbosa, respectivamente de Paranaíba e de Cassilândia, Karla se reuniu com o prefeito de Cassilândia, Rodrigo de Freitas, e dos secretários municipais Edson Bobadilha (Desenvolvimento) e Bruna Fernandes (Administração) para discutir o avanço da citricultura na região.
A doença de greening é causada por uma bactéria transmitida pelo inseto psilídeo, que se alimenta de plantas cítricas e pode infectar outras plantas. Por isso, é importante que haja conscientização da população para não comprar mudas de ambulantes, pois a venda dessas mudas é proibida e representa risco à citricultura local.
“Outro ponto que destacamos na reunião foi a proibição estadual da murta, conhecida como dama-da-noite. A murta serve como hospedeira do psilídeo, contribuindo para a disseminação do greening, o que pode trazer prejuízos irreversíveis à citricultura”, completa Nadai. A erradicação da murta é uma medida prevista na Lei Estadual nº 6.293, de 22 de agosto de 2024.
Quanto a possibilidade de ampliar a cadeia de produção da citricultura do Estado com industrialização, o secretário estadual Jaime Verruck destaca que já há tratativas com a área industrial para que o processamento do suco também ocorra aqui.
“Vale a pena lembrar que o setor está gerando trabalho para pessoas daqui de Mato Grosso do Sul e de fora. A citricultura é altamente demandante de mão de obra”, enfatiza Verruck.