A raiva nos herbívoros causa enormes prejuízos à pecuária nacional. Em Mato Grosso do Sul a ocorrência dessa doença fatal, transmitida dos animais para o homem, é favorecida pela sua posição geográfica, em consequência de fatores como a topografia e o clima favoráveis ao desenvolvimento de diversas espécies de morcegos, principalmente do morcego vampiro (hematófago) – principal transmissor nos Herbívoros (bovídeos, equídeos, ovinos, caprinos).
Segundo o médico veterinário Fabio Shiroma de Araujo, coordenador do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), a agencia tem realizado um trabalho constante, atuando principalmente de forma preventiva.
Conforme Fabio, o controle da população destes transmissores é realizado através de visitas às propriedades rurais, organizadas com base em análise de risco da raiva em todo o Estado. As ações de captura são direcionadas às regiões mais propensas à ocorrência da enfermidade, para busca de possíveis abrigos e realização da captura. Durante essas visitas também é realizado um intenso trabalho de orientação e educação sanitária com os produtores e trabalhadores do campo.
Resultado deste trabalho foi uma redução, em 2015, de 57% nos casos de raiva em relação à media dos últimos 8 anos. Em 2002 haviam sido registrados 89 focos em 19 municípios, contra apenas 9 focos em 7 municípios, do balanço de 2015.
Segundo Fabio, além do apoio dos produtores, a intensificação do trabalho preventivo de vistoria de abrigos em áreas consideradas de maior risco, que saltou de 635 visitas em 2008 para 2.341 em 2015; as vistorias de abrigos e capturas, que passou de 37 em 2010 para 471 em 2015; o atendimento, colheita de material e exame nos casos de suspeitas de doenças nervosas; treinamento dos fiscais e agentes fiscais agropecuários e a realização de palestras voltada para os produtores rurais sobre educação sanitária, que saltaram de 92 em 2008 para 427 em 2015 proporcionaram significativa redução desses índices e aumento do número de animais capturados.
O número de herbívoros vacinados, desde 2008, mante-se estável. Naquele ano foram pouco mais de 8,2 milhões, enquanto que em 2015, a agência registrou que 8,7 milhões de animais receberam a vacina.
A recomendação da Iagro para os produtores que observarem casos suspeitos é para que não manuseiem os animais, sob risco de adquirir a doença. “Caso qualquer pessoa entre em contato com animal suspeito ou venha a ser agredido por morcegos, cães ou gatos, recomendamos que procure imediatamente o posto de saúde mais próximo”, completou Fábio, que alerta sobre a importância da comunicação nos escritórios da agência, sobre casos de animais com sintomatologia nervosa, existência de abrigos com morcegos e a presença de animais com sinais de sugaduras por morcegos hematófagos. (Assessoria)