Defasada desde 2015, a tabela do Imposto de Renda também deve isentar quem recebe até R$ 2.640
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu que o valor do salário mínimo passará dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de maio de 2023. A intenção é que o novo aumento coincida com o Dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio.
Dados do governo mostram que cada R$ 1 a mais no salário mínimo aumenta em R$ 389,8 milhões os custos da União. Com isso, o impacto estimado é de pouco mais de R$ 7 bilhões.
Em janeiro, o governo havia adiado o anúncio do aumento para R$ 1.320, uma das promessas de campanha de Lula. A equipe econômica sustentava que o custo acima do esperado com aposentadorias e pensões –que têm vínculo com o piso das remunerações do país– limitava o reajuste.
O novo valor destoa dos R$ 1.343 propostos por centrais sindicais em reunião com o presidente em 18 de janeiro.
O governo ainda analisa o reajuste na correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). O Palácio do Planalto defende que a isenção beneficie quem recebe até 2 salários mínimos por mês. Com o novo valor, alcançaria até R$ 2.640.
A promessa de campanha do presidente, no entanto, era subir a faixa de isenção do IR para R$ 5.000. A correção da tabela não é feita desde 2015.
Uma projeção da Unafisco Nacional mostra que 9,7 milhões de brasileiros estão isentos do IR em 2023 pelo atual regime.
“Qualquer reajuste na tabela do imposto de renda é um alívio, mas a faixa de isenção anunciada de R$ 2.640 não deixa de ser frustrante por ser um ajuste modesto. Esperava-se o cumprimento da promessa de campanha de isentar um maior número de contribuintes”, disse o presidente da Unafisco, Mauro Silva.