Maior impacto positivo no mês veio do Grupo Habitação, influenciado pelos preços da energia elétrica, com alta de 4,59%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do País, teve variação de 0,23% em agosto, após subir 0,12% em julho, informou na terça-feira (12) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2023, a alta acumulada do IPCA está em 3,23%. Já nos últimos 12 meses, o índice alcançou 4,61%. Em agosto de 2022, a variação da inflação tinha ficado negativa em 0,36%.
A variação do mês foi menor que a esperada pelos analistas de mercado. O consenso estimava inflação de 0,28% no mês e variação de +4,67% na comparação anual.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta no mês de julho.
Energia puxa preços de Habitação
O maior impacto positivo (0,17 p.p) e a maior variação (1,11%) vieram do grupo Habitação. Destacam-se, ainda, as altas de Saúde e cuidados pessoais (0,58% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,34% e 0,07 p.p.). No lado das quedas, o grupo Alimentação e bebidas recuu pelo terceiro mês consecutivo (-0,85% e -0,18 p.p.).
Os resultados dos demais grupos foram: 0,69% de Educação (0,04 p.p.), 0,54% em Vestuário (0,02 p.p.), 0,38% em Despesas Pessoais (0,04 p.p.), -0,09% em Comunicação (-0,01 p.p.) e -0,04% em Artigos de residência (0,00 p.p.).
A principal influência no resultado do mês veio de Habitação, com destaque para o subitem energia elétrica residencial, com um aumento de 4,59% e impacto de 0,18 p.p. no índice geral.
“O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explicou em nota, André Almeida, gerente do IPCA/INPC.
O grupo Saúde e cuidados pessoais teve o segundo maior impacto positivo, contribuindo 0,08 p.p. no índice geral. “O que contribuiu para a aceleração foi a alta em higiene pessoal, passando de -0,37% em julho para 0,81% em agosto. Também houve alta nos preços dos produtos para pele (4,50%) e dos perfumes (1,57%)”, apontou Almeida.
Já no grupo de Transportes (0,34%), o gerente explicou que a gasolina continuou sendo a maior influência, com alta de 1,24% e impacto de 0,06 p.p. no índice geral, mas que também foi destacada a alta do automóvel novo (1,71% e 0,05 p.p.).
Alimentos em queda
Por outro lado, o grupo de Alimentação e bebidas (-0,85%) apresentou queda pelo terceiro mês consecutivo, em grande parte devido ao recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,26%).
Os itens mais destacados foram as quedas da batata-inglesa (-12,92%), do feijão-carioca (-8,27%), do tomate (-7,91%), do leite longa vida (-3,35%), do frango em pedaços (-2,57%) e das carnes (-1,90%). No lado das altas, o arroz (1,14%) e as frutas (0,49%) subiram de preço, com destaque para o limão (51,11%) e para a banana-d’água (4,90%).
“Temos observado quedas ao longo dos últimos meses em alguns itens importantes no consumo das famílias como, por exemplo, a carne bovina e o frango, que está relacionado à questão de oferta. A disponibilidade de carne no mercado interno está mais alta, o que tem contribuído para a queda nos últimos meses”, destaca o gerente.
Já a alimentação fora do domicílio (0,22%) registrou variação próxima a do mês anterior (0,21%), em virtude das altas do lanche (0,30%) e da refeição (0,18%). Em julho, as variações desses subitens haviam sido de 0,49% e 0,15%, respectivamente.