A recente decisão da União Europeia (UE) de autorizar 13 municípios de Mato Grosso do Sul, da região de fronteira com o Paraguai e a Bolívia, que faziam parte da antiga Zona de Alta Vigilância (ZAV), a vender carne bovina in natura para os países da UE e a abertura, em agosto, do mercado norte-americano para carnes in natura do Brasil, são medidas que deverão alavancar a indústria frigorífica de MS, gerando emprego e renda a partir deste mês de outubro, que marca o fim do período de entressafra de boi gordo para abate. A previsão é de Rinaldo Salomão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Campo Grande e Região – STIAA/CG.
“Estamos muito otimistas com a volta de centenas de empregos que foram perdidos ao longo de mais de ano em nosso Estado”, afirma o sindicalista que enfatiza: “Não tem como ser diferente. As dificuldades chegaram ao limite e agora deveremos retomar o crescimento do setor. Essas duas medidas tomadas em menos de 3 meses são uma prova disso. O setor de produção de carne vai voltar à sua força total, gerando emprego e renda para todos”, afirmou.
Rinaldo Salomão prefere ainda não ariscar com os números de novas contratações que serão realizadas a curtíssimo prazo no Estado, mas garante que elas acontecerão em grande número e provavelmente a partir da segunda quinzena de outubro. “Não tem como ser diferente também pelo fato de que o mundo precisa de carne. O mundo precisa de mais alimento e a nossa carne é a de melhor qualidade que existe no mercado. Certamente foi por esse motivo também que os Estados Unidos resolveram abrir a negociação com o Brasil com a carne in natura”, explica o sindicalista.
ABERTURA
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde, trocaram as Cartas de Reconhecimento de Equivalência dos Controles de Carne Bovina, que marcam a abertura de mercado para carnes in natura entre os dois países, em recente solenidade no Palácio do Planalto, que contou com a presença do presidente Michel Temer, e do ministro das Relações Exteriores, José Serra, além de parlamentares ligados à agropecuária e de representantes do setor produtivo.
Temer comemorou o fato de a abertura do mercado norte-americano elevar a produção na cadeia produtiva da carne bovina e, em consequência, contribuir para a geração de emprego no setor.
Em Mato Grosso do Sul, a área autorizada pela União Europeia engloba os municípios de Corumbá e Ladário, bem como a região localizada a 15 quilômetros das fronteiras das cidades de Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Japorã e Mundo Novo. O restante do estado já tinha permissão para exportar carne in natura para a UE desde 2008.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o estado embarcou para a UE no acumulado de janeiro e maio de 2016, 2.730 toneladas de carne bovina, representando 6,06% do total do produto exportado por Mato Grosso do Sul no período, que foi de 44.995 toneladas.