Passageiro da Capital paga mais para andar de ônibus e continua sem dispor de um serviço que preste
Após conseguir a decisão do juiz Marcelo Andrade de Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, obrigando a prefeitura reajustar a passagem de ônibus em Campo Grande, o Consórcio Guaicurus entra em 2025 com a garantia de melhorar, e muito, os seus rendimentos. O último reajuste do transporte coletivo de Campo Grande foi em março do ano passado, quando a tarifa passou de R$ 4,65 para R$4,75. Agora, cada passagem passa a custar R$ 4,95.
O Consórcio pleiteava um aumento ainda maior, para R$7,74. Mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). Nos últimos cinco anos, a tarifa subiu 25,32%. Em 9 de janeiro de 2020, o usuário desembolsava R$3,95. Naquele mesmo ano o preço foi alterado duas vezes, para R$ 4,10 e depois para R$ 4,20. A tarifa técnica também aumentou a partir deste mês, chegando a R$ 6,17.
ANTIGA AFLIÇÃO – Se por um lado a choradeira dos empresários colou e sensibilizou as autoridades, assegurando o atendimento aos seus direitos – alguns deles questionáveis -, pergunta-se por quanto tempo se arrastará a antiga aflição dos usuários diante do escasso com que são tratados. No negócio rentável do transporte coletivo – monopolizado por um grupo -, o que não falta é gente para por dinheiro todo dia nos cofres empresariais. Todo santo dia, de domingo a domingo, tem gente tomando ônibus nesta cidade de quase um milhão de habitantes.
Porém, o dinheiro que entra religiosamente na conta do Consórcio sai de sacrificadas economias domésticas, do bolso e da bolsa de homens e mulheres que dependem do transporte coletivo e são obrigados a utilizar um serviço dos mais precários. O Consórcio Guaicurus garantiu na Justiça o direito que reclamou e o preço da passagem subiu. Mas segue ignorando a obrigação de prestar um serviço decente e efetivo a milhares de pessoas.
Estão gastos e batidos os anúncios e promessas – tanto do Consórcio, como da Prefeitura – de modernização e agilidade do serviço. Os ônibus continuam sem oferecer conforto e condições humanas de uso, sobretudo pela falta de ar condicionado e excesso de veículos envelhecidos, em uma frota que se renova parcialmente e a conta-gotas. Não há cobertura regular e adequada para todas as linhas, a grande maioria dos pontos de parada e descida não possuem cobertura, os terminais precisam de manutenção e segurança e vários trechos das vias urbanas estão deteriorados ou não têm asfalto. E o preço da passagem está entre os mais altos do País.