Além de André Puccinelli e Edson Giroto em Mato Grosso do Sul, nos demais estados brasileiros a indignada vassoura dos eleitores trabalhou bastante nesta eleição para tirar o máximo possível de sujeira nos mandatos que infestam a vida pública no Brasil. Uma parte expressiva dos corruptos ou sob suspeita ainda escapou. Entretanto, a lista dos entulhos que foram varridos é grande.
Estão na cadeia ou continuam respondendo ao Judiciário por denúncias ou crimes de corrupção o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva (PT); os ex-presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves (MDB); os ex-deputados federais e ex-ministros André Vargas (PT), Gim Argello (PTB), Paulo Maluf (PP), José Dirceu (PT), Luís Argollo (SD), Pedro Corrêa (PP), José Dirceu (PT), Antonio Pallocci (PT), Geddel Vieira Lima (MDB); os ex-governadores Sérgio Cabral (MDB/RJ), Marconi Perillo (PSDB/GO), Anthony Garotinho (PRP/RJ) e Rosinha Garotinho (PR/RJ).
A onda de mudanças no Congresso Nacional atingiu em cheio os envolvidos na Lava Jato. Mais de 40 pessoas que estão na mira de investigações ou ações penais decorrentes da operação não conseguiram se eleger e perderam o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a partir do ano que vem serão julgados como pessoas comuns.
O novo pelotão de políticos sem foro privilegiado deve voltar a movimentar a Lava Jato em 2019, quando a operação chega ao quinto ano de existência. Expressiva parcela dos casos deverá sair do STF para cair nas mãos do juiz Sérgio Moro. Sem mandato, os políticos também correm maior risco de ser presos, já que a prisão de parlamentares depende de aprovação da casa legislativa à qual pertencem, salvo em casos de condenação sem grau de recursos.
Na lista de derrotados envolvidos na Lava Jato estão políticos influentes. Só no Senado são 11, entre os quais o atual presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), Jorge Viana (PT-AC), Lindberg Farias (PT-RJ), Edison Lobão (MDB-MA), Garibaldi Filho (MDB-RN) e Valdir Raupp (MDB-RO). O senador Romero Jucá (MDB-RR) também foi derrotado tentando se reeleger. Ele é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, suspeito de receber dinheiro ilegal da Odebrecht, e alvo de 12 inquéritos no Supremo.
Na Câmara, são dezenas de envolvidos na operação que sofreram revés nas urnas. Yeda Crusius (PSDB-RS), Heráclito Fortes (DEM-PI), José Carlos Aleluia (DEM-BA), José Mentor (PT-SP), Marco Maia (PT-RS), Alfredo Nascimento (PR-AM) e Missionário José Olímpio (DEM-SP) estão na relação. Tem mais gente. Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima – atualmente preso – também foi derrotado na Bahia.