A campanha contra o benzeno, de conscientização de frentistas e demais empregados em postos de combustíveis de Mato Grosso do Sul sobre os perigos desse componente dos combustíveis, considerado cancerígeno, ganhou um reforço da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS.
Acadêmicos do terceiro ano do Curso de Enfermagem fizeram uma parceria com o Sinpospetro/MS (Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de MS), que desenvolve uma campanha permanente nesse sentido, para ajudar nesse trabalho.
Além de análises básicas do andamento da saúde desses profissionais em postos de combustíveis de Campo Grande, os acadêmicos realizam também um questionário com diversas perguntas que ajudam num levantamento mais preciso sobre a possível influência dos componentes nocivos à saúde humana, nesses profissionais.
“Essa parceria veio em boa hora e esperamos que outras universidades também se interessem pelo trabalho”, afirmou José Hélio da Silva, presidente do Sinpospetro/MS. Ele lembrou que o benzeno é uma substância química transparente, altamente tóxica, que transforma em gás facilmente. “Seu vapor é mais pesado que o ar e por conta disso, pode se concentrar no nível onde as pessoas estão”, explica o líder sindical.
Pedro Martins Neves, diretor do sindicato, informou que a entidade produziu um farto material de divulgação sobre ‘Os perigos do benzeno’, que serve de esclarecimento e orientação a todos os que trabalham direta ou indiretamente ligados ao abastecimento de veículos.
“Com o apoio das acadêmicas de enfermagem da UFMS e com nossos materiais de divulgação, temos procurado conscientizar nossos trabalhadores que o benzeno pode entrar no nosso corpo por intermédio da pele e até da respiração. Também pode entrar pela boca quando se aspira gasolina, ou quando se tem o hábito de comer, beber ou fumar no posto de combustível”, explica Pedro Martins.
O Sinpospetro lembra que as empresas são obrigadas a realizar os seguintes exames de seus funcionários a cada seis meses, para evitar sua contaminação com os componentes dos combustíveis, especialmente o benzeno, que é o mais perigoso de todos eles: exames de sangue, ácido trns, trans-mucônico, ácido hipúrico e ácido metil-hipúrico, acidomandélico, além de outros a serem determinados pelo médico.
As acadêmicas Patrícia Ávalos, Jarjana da Silva e Hellen Carvalho, todas do terceiro ano de Enfermagem da UFMS, passaram o dia em alguns postos de Campo Grande orientando e fazendo levantamentos junto aos profissionais que trabalham nesse mercado.
“Uma de nossas ações da universidade é sempre trabalhar o tema saúde do trabalhador e, diante disso, resolvemos encarar esse projeto que trata dos perigos do benzeno para a saúde das pessoas”, explicou a acadêmica Patrícia Ávalos, que enalteceu os cuidados que os empregados devem ter no manuseio dos combustíveis. Para ela, o uso dos equipamentos de segurança é fundamental para evitar a contaminação.