A força do apelo programático do PSDB junto à sociedade é um dos principais motivadores do processo de revitalização orgânica que o partido passa a experimentar a partir de agora, com as mudanças no seu quadro dirigente. No próximo dia 11 de novembro serão eleitos os membros do Diretório Regional e da Executiva, tendo pela frente a responsabilidade de posicionar suas estratégias para as demandas orgânicas e o desafio das eleições para Governo, Senado, Câmara Federal e Assembleia, num cenário em que o Estado terá papel importante também na sucessão presidencial.
Anunciava-se uma disputa interna em clima nervoso e com quatro pretendentes ao posto de presidente, que ficará vago com o afastamento do secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, para reinvestir-se no mandato de deputado federal ou então assumir uma das cadeiras do Conselho Deliberativo do Tribunal de Contas (TCE-MS). Mas antes que a disputa interna ganhasse proporções maiores e desgastantes, prevaleceu a voz do entendimento. A unidade se manifestou pela concordância por uma chapa de consenso, aglutinando as lideranças que ensaiavam confronto e reforçando o otimismo para a agenda de disputas do próximo ano.
TRAJETÓRIA
“Unidade, acima de tudo. Esta é a palavra que nos impulsionou sempre. Nossa trajetória política e eleitoral tem sido reconhecida não só pelo apoio popular nas urnas, mas pelo desempenho de nossos quadros e pela capacidade de nosso programa, seja nos cargos executivos, seja nas ações parlamentares em todos os níveis”, definiu o deputado estadual Beto Pereira. Ele foi o escolhido para substituir Márcio Monteiro. Mesmo com o plano eleitoral definido para 2018, quando concorrerá a deputado federal, Beto frisa que há no PSDB a consciência da responsabilidade coletiva.
Seu colega, o deputado Rinaldo Modesto, líder do Governo na Assembleia Legislativa, endossa: “O governador Reinaldo Azambuja herdou uma situação que já era de ingovernabilidade. Mas não deixou que isso se tornasse fato consumado. Arregaçou as mangas e pôs seu time em campo, tendo como lastro o olhar conceitual de governar com as pessoas, que é um item de comprometimento programático do partido”, explicou Rinaldo, cotado para fazer parte da Executiva.
“Essas coisas de cargo, de funções, são definidas no conjunto do partido e sob a orientação do nosso líder, o governador Reinaldo Azambuja. Eu estou aqui para servir ao partido e ao governo”, desconversa. Segundo Rinaldo, não é apenas a sucessão estadual que vai envolver a legenda. “Temos noção clara de que há prioridades em escalas específicas. Queremos fortalecer eleitoralmente o PSDB, mas temos também um papel a cumprir como principal pilar na base de sustentação política e administrativa do governador”, salientou.
GRANDEZA
“Fico muito feliz pela indicação e quero agradecer a todos os membros do PSDB do Estado que, em um gesto de grandeza, se uniram em torno de um único projeto”, destacou Beto Pereira. “Sei que terei muitos desafios pela frente, pois dirigir o maior partido de Mato Grosso do Sul será uma grande responsabilidade. Estou pronto, junto com todos os peessedebistas, para continuar construindo um partido forte e que está fazendo Mato Grosso do Sul crescer e se desenvolver”, disse.
Filho do ex-deputado federal e ex-senador Válter Pereira, uma das históricas lideranças políticas do Estado, Beto Pereira assume o comando tucano em meio a um cenário favorável, com o apoio do governador Reinaldo Azambuja, 36 prefeitos, sete deputados estaduais e dois federais. O PSDB conta com 30 mil filiados no Estado e a definição para composição do grupo que vai compor o diretório e a executiva deve acontecer até 4 de novembro.
A nova Executiva começa a trabalhar tendo na agenda algumas mudanças no ano que antecede as eleições. O deputado estadual Flávio Kayatt e o secretário de Fazenda Márcio Monteiro devem ser indicados para o Tribunal de Contas. O diretor-presidente da Agraer, Enelvo Felini, é o primeiro suplente de Kayatt. Para o lugar de Monteiro ainda não existe qualquer sinalização de preferência do governador Reinaldo Azambuja.