A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória que institui um socorro financeiro de R$ 4 bilhões para dar suporte às empresas de transporte coletivo no país. Para Campo Grande está previsto um SOS de R$ 40 milhões, caso a medida se concretize. O setor vive um dos piores momentos de crise financeira há alguns anos e agora a situação ficou muito mais grave com a eclosão da pandemia da Covid-19.
Um dos defensores desse auxílio é o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ele afirma que o apoio às empresas de transporte coletivo é essencial, principalmente nas grandes e médias cidades. “Da forma como estão os recursos do FPM e FPE, os estados do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul não estão sendo atendidos. Não é justo resolver o problema só de alguns estados”, disse.
O empresário João Rezende, dirigente do Consórcio Guaicurus, opina: “Vejo como uma iniciativa boa, embora não conheça tão bem os detalhes. Mas hoje qualquer coisa é melhor do que não fazer nada. Até demorou para ter essa iniciativa, pois praticamente já estamos há cinco meses nessa pandemia e o transporte urbano em todo o país entrou literalmente em zona de sucumbência”. O Consórcio Guaicurus reúne as viações São Francisco, Cidade Morena, Campo Grande e Jaguar, que fazem o transporte público urbano em Campo Grande.
DIFICULDADES
Com a pandemia, as empresas do segmento alegam enormes dificuldades de manutenção, até porque têm compromissos contratuais de concessão que incluem investimentos e gastos na renovação da frota, manutenção e modernização. A Assetur até já pediu judicialmente ajuda da prefeitura municipal. O texto relatado pelo emedebista maranhense Hildo Rocha destina uma ajuda para os sistemas de ônibus e metrô para cidades com mais de 300 mil habitantes. Há contrapartidas, como no caso de Campo Grande, que deve assumir o compromisso de a prefeitura revisar contratos do setor até o fim de 2021.
O chefe da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Janine de Lima Bruno, compartilha igual expectativa e diz que o auxílio seria bem-vindo. Confessa não saber dos detalhes do projeto, entretanto ressalta ser uma medida de emergência e de caráter nacional para enfrentar um problema que já existia no país – o do transporte – e piorou com a pandemia. Segundo o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), há um desespero no setor de transporte coletivo pela redução de receita com a pandemia.