Os trabalhadores dos Correios fazem uma paralisação nacional na segunda-feira, dia 12 março, contra a alteração no Acordo Coletivo de Trabalho vigente, com validade até o dia 31 julho. O Acordo Coletivo foi assinado pelas duas partes (empresa e representação dos trabalhadores) e foi homologado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), porém a direção dos Correios entrou com um pedido de dissídio no TST pedindo alteração na cláusula que trata do Plano de Saúde dos Trabalhadores, com a finalidade de excluir pais e mães do plano. Além disso, a empresa suspendeu férias, ao mesmo tempo em que promove demissões através de Planos de Demissão Incentivadas.
“Temos um acordo assinado pela empresa e homologado pelo TST. Agora querem mudar antes do prazo de validade do acordo. Isso é querer mudar o resultado de um jogo depois do jogo ter terminado, o resultado aceito por todos e a súmula assinada”, afirma a presidente do SINTECT-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso do Sul), Elaine Regina Oliveira. “O que vale, então, um Acordo Coletivo homologado pelo TST? O desmonte das leis trabalhistas vai chegar ao ponto dos Acordos Coletivos não terem mais validade legal nenhuma?”, questiona.
Segundo Elaine, a paralisação nacional é uma deliberação da Federação Nacional da categoria e visa defender o Acordo Coletivo. “Nossos direitos estão ameaçados. Lamentamos o transtorno que toda paralisação traz para a população. Mas quem defenderá nossos direitos por nós?”.
Ela aponta também a contradição do discurso da empresa. “Acabam de revogar as férias de todos os funcionários. Há falta de pessoal em todos os setores. Os atrasos aumentam. Mas ao mesmo tempo a empresa promove demissões. De 124 mil trabalhadores, os Correios tem hoje cerca de 106 mil”.
A paralisação tem início à zero hora do dia 12 de março.