Os trabalhadores dos Correios travam uma batalha perante o governo contra o fechamento de agências, demissões e a privatização. Alegando a crise, o governo Temer está desmontando a rede de agências próprias da ECT para favorecer as franqueadas. Em MS já foram fechadas cinco agências até o momento, prejudicando a população. O governo já anunciou o fechamento de 250 agências em todo país, e esse número pode subir. Por conta desta situação os trabalhadores dos Correios entram em greve nacional a partir desta quarta-feira, dia 26 de abril.
A falta de pessoal provoca atrasos na entrega de correspondências e encomendas. Se, por um lado o governo promoveu demissões através do Plano de Demissão Incentivada, por outro suspendeu as férias de todos os trabalhadores dos Correios, até maio de 2018, alegando falta de pessoal. “Diminui o efetivo e joga a sobrecarga em quem fica. Como se já não bastasse a situação ruim, a diminuição do efetivo piora tudo. Enquanto a ECT promove demissões, vivemos hoje a falta de pessoal na distribuição e atendimento, comprometendo a imagem dos Correios. Isso é premeditado. Demitir e sucatear faz parte da privatização”, afirma Elaine Regina Oliveira, presidente do SINTECT-MS.
Além disso, a direção da ECT quer encontrar uma brecha legal para realizar demissões sem motivo. O plano seria demitir até 20 mil trabalhadores. “Como somos concursados, embora regidos pela CLT, para ocorrer alguma demissão tem que existir um motivo muito sério para isso e o devido processo legal, com amplo direito de defesa. A direção da ECT quer passar por cima disso. A crise financeira da empresa passa a ser motivo suficiente. Não deu lucro este ano? Não interessam os motivos, se está na má gestão da cúpula ou na corrupção. Demita-se para ‘ajustar os gastos’. É uma afronta aos trabalhadores, é um desrespeito total”, diz a presidente do sindicato.
Mas os entraves não param por aí. O governo tem um projeto chamado DDA, que significa Distribuição Domiciliar Alternada, ou seja, fazer a entrega de correspondências e encomendas um dia sim outro dia não. Isso significa atrasos na entrega para os usuários. Se esse projeto for implantado vai atingir principalmente os municípios do interior, que não terão mais entrega diária, mas duas ou três vezes na semana.
Mais segurança nas agências é outra reivindicação dos trabalhadores. “Desde o ano passado vimos aumentar muito a quantidade de arrombamentos e assaltos nas agências dos Correios de Mato Grosso do Sul. Ocorre que os Correios, já faz tempo, operam como correspondente bancário (Banco Postal), mas não melhorou a segurança. Cobramos mais segurança nas agências para garantir a integridade física dos trabalhadores e clientes”, afirma Elaine.
Além das demandas específicas da categoria, os trabalhadores dos Correios se mobilizam também contra as reformas da Previdência e Trabalhista, que também afetam os funcionários ECT que, apesar de concursados, são regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), sendo que a categoria já havia entrado em greve no dia 15 março por essas questões.