São muitos os fatores que devem ser levados em consideração para a produtividade no campo. Observar condições climáticas, materiais aplicados e tecnologias corretas para cada tipo de propriedade é fundamental para garantir bons resultados. Em Rio Brilhante, região sul de MS, o produtor rural Luis Otávio Britto Fernandes, que trabalha com o sistema de Integração Lavoura-Pecuária, conta que nos últimos anos identificou mais estabilidade em sua produção a partir do momento em que passou a aplicar determinadas tecnologias.
Uma das técnicas que trouxe bons resultados para sua propriedade é a da coinoculação na cultura da soja. O produtor conta que teve acesso ao tema ao participar de uma edição do Showtec, feira agropecuária realizada pela Fundação MS, em Maracaju. “Dentro da filosofia de melhoria de aspecto de fertilidade biológica, observei essa técnica como algo que proporcionou mais segurança para a produção”, afirma.
A reinoculação e coinoculação de sementes consistem na utilização de bactérias que fornecem nitrogênio para a cultura da soja e estimulam o desenvolvimento do sistema radicular. E, com auxílio dos pesquisadores da entidade, o produtor teve acesso às informações sobre os produtos que realmente tem efetividade no uso, mantendo patamares elevados de produtividade. A tecnologia ajuda no desenvolvimento do sistema radicular, preparando a planta para passar pelo déficit hídrico, muito comum nas regiões de Maracaju e Rio Brilhante.
O produtor também menciona o consórcio de milho com pastagens como essencial para minimizar os impactos negativos. “A partir do 12º dia de veranico, perdas consideráveis já eram contabilizadas. Depois que adotei o sistema, no 16º dia ainda não havia ocorrido nenhum tipo de resultado não satisfatório em decorrência de fenômenos climáticos. Ganhamos resistência de quase cinco dias a mais, sem visualizar quebra de produtividade nas lavouras”, comemora.
Fernandes atribui o sucesso da aplicação de tais técnicas às orientações repassadas por meio das pesquisas realizadas por instituições como a Fundação MS, que auxiliam na validação das tecnologias. “E, no caso do Showtec, o evento é uma grande vitrine tecnológica. A oferta é muito grande, mas é preciso saber qual material é o mais eficaz para cada tipo de propriedade. Durante a feira temos acesso a palestras e podemos conversar com os pesquisadores para escolhermos corretamente quais produtos utilizar”.
Quem também está sempre presente na feira é o produtor Juliano Schmaedecke, de Maracaju. Há 15 anos, ele acompanha as inovações apresentadas durante o Showtec. Atuando na produção de soja e milho, o produtor acredita que a feira é o momento para troca de experiências entre empresas e demais profissionais do setor. “É o momento de encontrar pesquisadores do Brasil inteiro, ter contato com a diretoria das grandes multinacionais para expor nossas necessidades sobre tecnologias que estão funcionando bem ou não, além de ser um momento de troca de informações, com palestrantes de peso”, avalia.
Schmaedecke também complementa dizendo que a programação técnica do evento oferece ao público, principalmente aos produtores rurais, temas que posteriormente poderão ser aplicados na prática em cada propriedade, conforme as necessidades e as demandas de cada região. “Além disso, a feira é, ainda, um ambiente político, onde podemos expor as necessidades do setor”, alega.
A próxima edição do evento será realizada de 17 a 19 de janeiro de 2018, na sede da entidade, em Maracaju (MS), no mesmo espaço utilizado no início deste ano, com programação técnica e exposição de novas tecnologias que estarão disponíveis ao produtor no ano que vem. A feira é totalmente gratuita.