O plenário do Tribunal de Contas da União aprovou na noite desta quarta-feira (15) a liberação para que a Petrobras possa dar início ao processo de venda da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas. A venda dos ativos da empresa estava suspensa desde 7 de dezembro do ano passado, quando o TCU determinou a suspensão do processo, a fim de examinar os procedimentos adotados pela estatal.
O senador Pedro Chaves (PSC/MS), que desde janeiro fez gestões junto aos ministros do Tribunal para que a situação fosse resolvida, comemorou a decisão do TCU.
“É uma vitória de Três Lagoas e de todo o Mato Grosso do Sul”, assegura o senador. “Com a liberação, a Petrobras, que decidiu sair de vários setores onde atua para se concentrar somente na produção e comercialização de petróleo e gás, vai colocar a UFN-3 oficialmente à venda e dar continuidade às tratativas que vinha mantendo com grupos internacionais interessados em adquirir a fábrica. Os novos investidores concluirão as obras e iniciarão a produção, gerando empregos e riquezas para o nosso estado”, disse.
A construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-3) foi paralisada no final de 2014, quando 81% da obra já estava concluída. A Petrobras investiu R$ 3,2 bilhões no empreendimento, que pode tornar o país autossuficiente na produção de fertilizantes.
QUITAR DÍVIDAS
Preocupado com o abandono da obra, Pedro Chaves conversou em 25 de janeiro com o presidente do TCU, Raimundo Carneiro.
Depois, acompanhado do prefeito de Três Lagoas, Angelo Guerreiro, esteve com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, de quem ouviu a informação que a estatal tinha tomado a decisão de se desfazer da fábrica tão logo fosse autorizada pelo tribunal. Na semana passada o senador foi ao encontro do relator, ministro José Múcio Monteiro, para pedir, mais uma vez, agilidade na análise do processo. O ministro Múcio antecipou ao senador que ele seria votado na reunião desta quarta-feira, o que acabou acontecendo.
“Foi uma maratona exaustiva, mas valeu à pena. O grupo que adquirir a UFN-3 assumirá também a responsabilidade de quitar as dívidas que a Petrobras deixou com diversos fornecedores de Três Lagoas. Muitos pequenos e médios empresários da cidade, que forneciam produtos ou prestavam serviço durante a obra, simplesmente quebraram, provocando um prejuízo total estimado hoje em aproximadamente R$ 40 milhões. Tão logo seja definido o comprador vamos mobilizar a bancada e usar todo o poder político para pressioná-lo a pagar os débitos. Três Lagoas não aguenta mais esperar”, concluiu o senador.