O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul aderiu ao acordo firmado entre a Atricon e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para fazer a análise das prestações de contas em vias de prescrição dos partidos políticos referentes aos anos de 2014 e 2015. O convênio foi assinado pelos presidentes da Atricon, Valdecir Pascoal, e do TSE, Gilmar Mendes, e já recebeu a adesão de 23 Tribunais de Contas.
O vice-presidente do TCE-MS, conselheiro Ronald Chadid, que representou o presidente da Corte de Contas de Mato Grosso do Sul, conselheiro Waldir Neves, na solenidade, explicou que os Tribunais de Contas só vão analisar e que o julgamento ficará a cargo da justiça. Serão analisadas contas de partidos de todo o País, conforme a necessidade e distribuição do TSE. “Eu acho muito positiva essa iniciativa. Os Tribunais de Contas tem a expertise em análise de contas. E nós sabemos que as campanhas políticas hoje em dia são milionárias e existe muito trabalho acumulado. O TCE de Mato Grosso do Sul tem condições e está pronto a contribuir”. O convênio prevê que o trabalho seja concluído até dezembro deste ano.
A estimativa é que, nessa primeira fase, o convênio promova a análise das prestações de contas dos exercícios de 2014 e 2015 dos 35 partidos políticos que receberam recursos do Fundo Partidário. São 92 processos, que somam 1.231 anexos e perfazem o montante de R$ 1.233.243.210,01 em recursos públicos repassados aos diretórios nacionais das legendas. O trabalho será executado por auditores de controle externo designados pelos Tribunais de Contas e capacitados pelo TSE para o exame das contas eleitorais.
O presidente da Atricon, Valdecir Pascoal, destacou que a parceria entre controle externo e justiça eleitoral é ponte republicana entre instituições essenciais à democracia brasileira. “A expertise do controle é mais uma vez colocada à disposição da Justiça Eleitoral para, desta vez, verificar a regularidade de contas de partidos políticos. Essa expertise só existe porque os Tribunais de Contas, como de resto todas as instituições públicas e de controle do país, se aperfeiçoaram sobremaneira neste período pós-redemocratização”, afirmou.
O presidente do TSE, Gilmar Mendes, afirmou que a parceria com os Tribunais de Contas permitirá ao TSE examinar todas as prestações de contas antes de sua prescrição. “Se nós não fizermos essa análise num dado prazo, tudo fica prejudicado, prescreve. De modo que essa foi a engenharia institucional que conseguimos conceber, porque contamos com o apoio do Tribunal de Contas da União e de todos os Tribunais de Contas do Brasil. E isso vai nos permitir analisar com expertise, com técnica, com a devida presteza e a devida celeridade as contas que estão submetidas à Justiça Eleitoral”, disse.