O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação premiada de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), que também já fez acordo para colaborar com as investigações da Operação Lava Jato.
Diogo Ferreira já prestou dois depoimentos à Procuradoria Geral da República (PGR) e confirmou declarações dadas por Delcídio, de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria tentado atrapalhar o acordo de delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. A homologação pelo STF foi assinada no último dia 14.
Em depoimento a investigadores no último dia 8, Lula negou ter participado na suposta trama em relação ao acordo de Cerveró e de ter pedido a intervenção de Bumlai.
Ele também negou que tivesse relação próxima, de amizade, com Delcídio do Amaral e que o envolvimento deles era apenas no âmbito partidário. Disse que conhecia superficialmente Nestor Cerveró e não atuou para que ele ficasse no cargo.
Diogo Ferreira confirmou que sabia da conversa mantida pela presidente Dilma Rousseff com seu chefe, em que ela revelou a intenção de indicar o advogado Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o objetivo seria atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato e proteger os executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.
O ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira apresentou como provas algumas trocas de mensagem de áudio e WhatsApp, combinando o local das entregas. Segundo a delação de Delcídio, Lula seria principal articulador da estratégia de “comprar o silêncio” de Cerveró.
Com o acordo de delação homologado, as informações dadas por Diogo Ferreira serão agora analisadas pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Com o material, a PGR poderá juntar os depoimentos em investigações já em andamento no STF — Lula já é investigado pela suposta trama para atrapalhar a delação de Cerveró. (Com informações de O Globo)