Pressionado pelas cobranças da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação), o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), que já afirmou que o município não tem dinheiro para conceder maiores aumentos salariais, enviou aos professores uma contraproposta que prevê escalonamento até 2024 do reajuste reivindicado pela categoria, que espera o pagamento, ainda em 2022, da integralização do piso nacional do magistério. Todavia, todo impacto no caixa seria herdado pela sua eventual sucessora, Adriane Lopes, que pode assumir a Prefeitura com a renúncia do titular para disputar o governo do Estado.
“Infelizmente após quatro rodadas de negociação, a prefeitura ainda não atendeu à reivindicação da categoria, mas nossa luta está avançando e seguiremos mobilizados para defender o Piso 20h da REME”, frisou o presidente da ACP, professor Lucilio Nobre.
De acordo com a proposta encaminhada pelo Executivo Municipal, os professores teriam 10,06% de aumento retroativo a fevereiro, e outros 10,39% apenas no mês de novembro, ou seja, o reajuste só seria pago após Marquinhos deixar o comando da cidade para a qual foi eleito em 2020 com promessa de ficar até 2024, e caberia à sua vice a tarefa de arcar com os custos oriundos do cumprimento da lei que estabelece piso da categoria.
A proposta de Marquinhos para 2022 seria de apenas 20,45%, bem distante do pedido dos professores, que querem aumento de 36,29%, com reajustes de 5% agora em março, 20,78% em maio de 2022 e 5,06% em outubro de 2022. Na proposta da Prefeitura, a categoria teria outros quatro reajustes escalonados de 11,67%, mas só em maio e outubro de 2023, e também em maio e outubro de 2024.
“Nós sempre celebramos o início do ano letivo com alegria, por recomeçarmos nosso trabalho pedagógico com nossos alunos e alunas. Esse é um momento de esperança, de ânimo. Infelizmente, em 2022 não temos as condições ideais para começar, ainda não temos nosso direito respeitado. Mas a esperança de cada educador e educadora de Campo Grande segue viva e está sendo transformada em realidade, com a nossa luta e comprometimento. Seguimos em defesa da qualidade da educação pública e da valorização da carreira do magistério”, destacou a vice-presidente da ACP, professora Zélia Aguiar.
A ACP informou que irá discutir a contraproposta em assembleia na próxima sexta-feira (04), às 17 horas