O Ministério da Saúde usará a Santa Casa de Campo Grande como modelo de gestão no atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) para os demais fornecedores do serviço no País. A ênfase é no atendimento de trauma e a Santa Casa foi escolhida junto com dois outros hospitais do País para este fim, Irmã Dulce em Salvador (BA) e Centro de Reabilitação de Campina Grande (PB). Por conta disto, uma equipe de produção de Brasília gravou no hospital na manhã desta segunda-feira (8). O objetivo foi filmar atendimento e entrevistar gestores para produzir matérias que serão veiculadas em outros Estados da Federação.
A equipe percorreu por todo o setor de Ortopedia, localizado no subsolo 1, conversou com profissionais e pacientes que elogiaram o atendimento do hospital e a rapidez com que estão acontecendo as cirurgias ortopédicas. A agilidade é devido a implantação de mais um turno de cirurgias, iniciado em janeiro deste ano com uma equipe completa atuando das 6h às 24h, o que eliminou em quase 100% a fila de espera para cirurgias de trauma. Além disso, a equipe visitou o Pronto Socorro e o Centro Cirúrgico do hospital.
Apesar da crise profunda que se abate sobre os prestadores do SUS, a Santa Casa se destaca no País não apenas por manter os leitos em funcionamento, mas também por melhorar o ambiente de atendimento e a qualidade dos serviços. Desde 2016 um número imenso de hospitais diminuiu drasticamente a oferta de leitos para o Sistema, causando verdadeiros caos nos estados que atuam, enquanto a Santa Casa de Campo Grande manteve o atendimento e investiu em qualidade.
Em seis de maio, último, a Santa Casa da Misericórdia de Belo Horizonte fechou mais de 400 vagas por falta de recursos, baixando sua oferta para menos de 500 leitos. Em 11 de janeiro a mídia anunciou que a Santa Casa de Porto Alegre já atingia a quantidade de 112 leitos de SUS fechados nos últimos meses. Nos últimos dias de 2016 foi a vez dos hospitais da Grande Florianópolis, que juntos fecharam quase 60 leitos às vésperas do final do ano. Anunciado como temporário, só na semana do 15 de dezembro o fechamento atingiu cerca de 14 vagas por dia.
Esta realidade vem se repetindo por todos os estados nos últimos anos e, a exemplo dos citados, também baixou o atendimento o Hospital Universitário de Canoas, com queda de 70 leitos e a demissão de mais de 100 funcionários. Na mesma seara, um dos mais tradicionais hospitais baianos, o Espanhol fechou 300 leitos em Salvador. O César Cals, na Capital do Piauí, fechou leitos de UTIs entre janeiro e fevereiro de 2017 e, como os demais, as razões são a insuficiência, atraso ou falta de repasses pelo Poder Público.
A Santa Casa de Campo Grande segue com seu atendimento regular, todavia enfrenta sérios problemas na manutenção dos compromissos com médicos, enfermeiros, demais prestadores de serviço e fornecedores. Além das dificuldades causadas pela insuficiência dos defasados valores repassados em pagamento aos serviços, ainda enfrenta políticas mal intencionadas que a atacam covardemente, o que, todavia, é suplantado pelo apoio manifesto da sociedade que colabora com a instituição e dá declarações animadoras.
APOIO PÚBLICO
Além do reconhecimento do Ministério, de empresas e cidadãos que ajudam o hospital como podem, a sociedade civil organizada também se manifesta neste sentido. A Rede Regional de Líderes e a Rede Global do Empreendedorismo de Campo de Grande decidiram, coletivamente, prestar apoio integral à Santa Casa por meio de seus órgãos e entidades através de uma Carta Aberta. A Associação Comercial de Campo Grande também é parceira da Santa Casa em diversos projetos de colaboração e atenção mútuas. A Acrissul, por meio de seu presidente, Jonathan Barbosa, comunicou à presidência da Santa Casa seu apoio irrestrito.
Além das entidades que congregam os empresários, outras organizações também prestam sua colaboração, como o Rotary Clube, que se organiza há alguns meses para doar um tomógrafo ao hospital, ou como a Maçonaria que, frequentemente, presta algum tipo de auxílio à Santa Casa. As empresas prestam sua solidariedade ao maior salvador de vidas de MS doando o que podem para mitigar as necessidades, como fez a Shervin-Williams, o Banco Itaú, e tantas outras. Pessoas físicas também doam nominal e anonimamente, a exemplo das que contribuem via conta de energia elétrica e já são muitas.