O gerente de sistemas de abastecimento de água da Sanesul, Elthon Santos Teixeira, ministrou a palestra “Indicadores de gestão (perdas e energia): custo operacional de água e esgoto” nesta quinta-feira (02), durante o 1º Seminário Estadual de Saneamento e Saúde, realizado no CREA-MS. Durante sua palestra, o engenheiro discorreu sobre os indicadores de gestão e custos operacionais das empresas de saneamento relativos aos sistemas de abastecimento de água e esgoto, principalmente no que se refere à despesas com energia elétrica e perdas de água.
O evento foi dividido em painéis e mesas redondas. A palestra do engenheiro Elthon Teixeira foi uma das quatro apresentações realizadas durante a mesa redonda coordenada pelo diretor-presidente da Sanesul, Luiz Rocha, que intermediou os debates, sob relatoria da engenheira civil da Empresa, Rita Terezinha Figueiredo.
Conforme apresentou Elthon em sua palestra, de acordo com dados do SNIS 2014 (Sistema Nacional de Informações de Saneamento) doze empresas de saneamento em Mato Grosso do Sul atendem 2.232.254 milhões de habitantes no estado. Ao todo, são 870,4 mil ligações, e a produção de água para atender a demanda é de 200 milhões de metros cúbicos por ano, o que corresponde a 1,25% do volume produzido do Brasil. Desse volume de água produzido, 37% é perdido, por meio de vazamentos, fraudes, entre outros.
Já com relação ao esgoto, são 277,5 mil ligações de esgoto em Mato Grosso do Sul, coletados por meio de 3.530 quilômetros de rede coletora e cerca de 99% dos 45,6 milhões de metros cúbicos de esgoto coletados por ano são tratados.
“Para melhorar cada vez mais a qualidade dos serviços e garantir eficiência das empresas, é preciso que tudo seja planejado com base em indicadores. Temos que estudar qual o melhor equipamento para determinado sistema, qual o material mais indicado para determinada rede, qual a produção diária, qual a reservação necessária, quais os melhores produtos químicos para o tratamento, entre outros. Além disso, temos que nos basear em indicadores padrões, para permitir a empresa tomar as melhores decisões, para que os órgãos reguladores possam avaliar corretamente os serviços prestados e para que a população conheça os serviços que recebe”, explicou Elthon.
Custos operacionais
O engenheiro explicou que os maiores gastos das companhias de saneamento são com pessoal e energia elétrica, tendo em vista que é preciso mover água e esgoto contra a ação da gravidade, em tubulações pressurizadas, e isso requer a utilização de energia elétrica.
Cerca de 95% do consumo de energia elétrica nos sistemas de abastecimento de água é atribuído aos sistemas de bombeamento.
As companhias de saneamento gastam R$ 11,5 bilhões de KWh ao ano na produção de água e 1,167 bilhões de KWh ano na coleta e tratamento de esgoto, perfazendo um total de R$ 3,5 bilhões de reais ao ano em gastos com energia elétrica por parte das companhias brasileiras de saneamento.
Além dos gastos com energia, 37% do volume de água tratada produzida em Mato Grosso do Sul é perdido em vazamentos, fraudes, erros de medição e etc. Deste volume, estima-se que cerca de 50% é perdido em vazamentos, volume que representa 37 milhões de metros cúbicos de água por ano. O custo médio de energia para a produção de 1 metro cúbico de água, ou seja 1.000 litros, é de R$ 0,29. Portanto, as perdas físicas de água em Mato Grosso do Sul custam R$ 9 milhões de reais em energia por ano, desperdiçados pelas companhias de saneamento do estado.
Elthon finalizou sua palestra destacando a importância das companhias de saneamento buscarem cada vez mais eficiência para poder empregar os recursos desperdiçados em novos investimentos, tão necessários ao setor de saneamento no Brasil. Além disso, frizou a importância de utilizar as informações corretamente, baseado em indicadores corretos, para se trabalhar com planejamento adequado. (Assessoria)