Suspensa por 15 dias por causa do coronavírus, e com seu retorno previsto para meados de abril, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instituída pela Assembleia Legislativa para investigar as denúncias de abusos tarifários e outras irregularidades nos serviços da Energisa – concessionária de energia elétrica no Estado – aprimora o roteiro pré-estabelecido para os próximos passos. Presidente do colegiado, o deputado estadual Felipe Orro (PSDB) assegurou à FOLHA DE CAMPO GRANDE que as atividades serão retomadas com força total para cumprir a expectativa definida na sua constituição.
“Não estamos olhando apenas a superfície. Eu entendo ser preciso analisar tudo, bem a fundo, as denúncias dos consumidores e as informações da empresa, nos mínimos detalhes, com o máximo rigor, tendo em vista, sempre, a perspectiva da verdade. Mas já temos um ponto de partida, que é a realidade dos vários consumidores que denunciam a cobrança de tarifas abusivas, valores fora da realidade”, diz Felipe Orro, com firmeza. Ele ressalta que a sociedade exigiu esta responsabilidade do Legislativo e afiança que tal expectativa será correspondida.
DECISÕES TOMADAS
Antes de suspender temporariamente as reuniões a pedido da Mesa Diretora, os membros da CPI já haviam tomado decisões que fizeram a investigação avançar, como a retirada de 200 relógios de medição de consumo e a aferição desses equipamentos por técnicos da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. “Em respeito à saúde pública, deliberamos pela paralisação dos trabalhos sem interferência no prazo das atividades da CPI, além da continuação das atividades externas já deliberadas”, observa.
Os 200 relógios foram removidos das unidades consumidoras sorteadas no dia 16 de março. Os aparelhos pertencem a consumidores que registraram queixa contra a concessionária Energisa ao longo de 2019. “Nós queremos que todos os passos da CPI sejam dados com segurança, amparados por avaliações técnicas credenciadas. Não vamos fazer política, não há espaço para isso, é uma investigação técnica. Estamos lidando com interesses do consumidor e interesses empresariais em conflito”, reforçou Felipe Orro, que também é o presidente da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor.