O senador Delcídio do Amaral falou em delação premiada sobre a existência de um esquema de financiamento de campanhas eleitorais em troca de repasses do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Ele explicou ainda que Luciano Coutinho, presidente do principal instrumento do governo para investimentos na economia do país, sinalizava “de uma forma sutil” a aprovação de financiamento do banco de fomento obrigando grandes empresas a fazerem doações para campanhas eleitorais.
Publicidade -“Nas reuniões com Luciano Coutinho, este, de maneira muito sutil, muito elegante, afirma que estão tramitando os pedidos das empresas e aparece com outra conversa: nos ajudem, nos apoiem”, afirmou Delcídio em delação homologada nesta terça-feira (15).
Além disso, ele disse que Odebrecht, OAS e Andrade Guiterrez são pragmáticas, e, em função de seus interesses, “financiam pessoas que vão proporcionar as ações que vão de encontro aos seus planos de negócio”.
O senador, no entanto, afirma que não presenciou as conversas com Luciano Coutinho e não sabe “se houve alguma concretude”. Ele indicou ainda que “a república cai” se empreiteiras fizerem delação.
Outro lado – Em nota enviada à imprensa, o BNDES esclarece que qualquer processo de concessão de crédito por parte do banco é baseado exclusivamente nas boas práticas bancárias, com critérios impessoais e técnicos.
“Todas as ações, tanto do bBanco quanto de seu presidente, sempre foram pautadas pela lisura e pelo estrito cumprimento pleno das disposições legais e regras da própria instituição”, explicou o banco de fomento, acrescentando que rechaça insinuações de que tenha concedido vantagem ou sofrido influência indevida de quem quer que seja para conceder apoio financeiro a qualquer empresa.
“Os financiamentos do BNDES passam por dezenas de técnicos e órgãos colegiados, e não existem operações secretas no banco: todos os financiamentos, nacionais e internacionais, estão disponíveis para consulta pela internet por qualquer cidadão. Em consequência deste rigor, o BNDES tem a menor taxa de inadimplência do Sistema Financeiro Nacional, público ou privado”. (Terra)