Por dois meses, clássicos do cinema mudo marcaram presença em praças e parques de Campo Grande através da Transcine – Cinema em Trânsito. Com o projeto ‘Parques de Campo Grande’, o cineclube itinerante promoveu acesso à cultura e lazer para dezenas de famílias em bairros da periferia (Tarsila do Amaral, José Abrão, Aero Rancho, Moreninhas e aldeia Marçal de Souza).
“A Transcine existe há nove anos e sempre tivemos esse objetivo, que é democratizar o acesso ao cinema. Sempre marcamos presença em espaços públicos e bares da Capital. Desta vez a ideia foi ir até os bairros mais afastados do centro com o propósito de não só levar os filmes como realizar oficinas de vídeos com adolescentes em escolas e ONGs”, explica a fotógrafa e integrante do cineclube, Cátia Santos.
Ação que foi muito bem aceita por pessoas que frequentavam a praça Disvaldo de Souza Bezerra, nas Moreninhas III, no último dia 26, como é o caso do senhor João de Oliveira, aposentado de 65 anos de idade, que assistiu alguns filmes ao lado da neta Camilly Oliveira, 7 anos.
“Eu sou do tempo da TV preto e branco. Ver os filmes assim me fizeram lembrar da juventude. Eu estava aqui explicando para ela como eram as coisas antes de tudo como ela conhece, celular, internet. As crianças não conhecem um mundo antes disso”, afirma.
E para quem viu a Transcine ocupar as salas de aula como Kelly Fai, coordenadora da Escola Cívico Militar Professor Alberto Elpídio Ferreira Dias (Prof. Tito), o desejo é que o projeto tenha continuidade. “Aqui, na comunidade Jardim Anache, as crianças aproveitaram muito as aulas e terão a missão de replicar o conteúdo junto com outros alunos e professores”.
E no que depender da equipe do cineclube, a Transcine ainda tem muitos quilômetros para rodar. “Foi um aprendizado para toda a equipe. A gente finaliza esta edição com quatro escolas estaduais e uma organização não-governamental. Foi um contato muito intenso com a galerinha jovem e com comunidades de Campo Grande que a gente só tem a agradecer ao edital FMIC, que viabilizou a execução deste trabalho”, afirmou a produtora cultural e integrante do projeto, Mariana Senna.