O senador Professor Pedro Chaves (PSC/MS) pretende concluir dentro de 15 dias o relatório sobre o Projeto de Lei 750/2011, de autoria do então senador e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que define regras para a gestão e proteção do Pantanal. A garantia foi dada pelo parlamentar em Corumbá (MS) nesta quinta-feira (21), durante a inauguração do Frigorífico Caimasul, especializado na criação e abate de jacarés.
“Já ouvi ambientalistas, produtores rurais e dezenas de representantes dos setores interessados. Meu relatório, além de definir as regras de gestão e proteção, vai propor a criação do Fundo Pantanal, que captará doações e um percentual de financiamentos para atividades agrícolas na região da Bacia do Alto Paraguai. Os recursos do fundo serão investidos em ações de conservação, prevenção, monitoramento e combate à degradação dos recursos hídricos, além da promoção da conservação e do uso sustentável do bioma pantaneiro. Já conversei com os ministros Sarney Filho (Meio Ambiente) e Blairo Maggi, e também com a direção da Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) sobre o assunto e todos se mostraram bastante receptivos à proposta. Falta apenas definir algumas questões com a área econômica do governo, o que farei nas próximas duas semanas”, afirmou Pedro Chaves, que é relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
O Fundo Pantanal apoiará projetos de gestão das áreas protegidas, controle, monitoramento e fiscalização ambiental, atividades desenvolvidas a partir do uso sustentável dos recursos naturais, pesquisas para conservação e uso sustentável da biodiversidade e a recuperação de áreas desmatadas e degredadas.
FRIGORÍFICO
Pedro Chaves participou como convidado, ao lado do ministro Blairo Maggi e do governador Reinaldo Azambuja, da inauguração do frigorífico Caimasul, que fica às margens da rodovia BR-262, a cerca de 35 km do Centro de Corumbá. O empreendimento, que gera 40 empregos diretos e centenas de outros indiretos, é fruto de um investimento de R$ 35 milhões de um grupo empresarial brasileiro, associado a investidores bolivianos. O frigorífico está instalado em uma área de 150 hectares e é o único do mundo de abate de jacarés inteiramente automatizado. A produção oferece 11 diferentes tipos de cortes de carne para os mercados externo e interno. A tecnologia empregada permite aproveitamento total do animal.
De acordo com o presidente do Caimasul, Raul Amaral, o trabalho executado no complexo industrial é pautado pelo compromisso de manter o equilíbrio do ecossistema pantaneiro, garantir a conservação da espécie do jacaré do Pantanal e seguir as regras ambientais que regulam o setor.
Em breve, a empresa vai criar um fundo para financiar estudos de preservação da espécie. Para isso, será destinado um valor por cada animal abatido pelo frigorifico.
Todo o manejo da área de trabalho é sustentável. A água usada nas baias onde ficam os répteis vai para bacias de decantação, onde é tratada e reutilizada. Como todo o corpo do animal tem utilidade, não há resíduos. As matrizes são coletadas na natureza, por meio de um sistema de manejo em áreas monitoradas.