O final de 2019 e a entrada de um novo ano trazem aos sul-mato-grossenses bons motivos para encarar as más notícias da economia e acolher as boas, que não são poucas. Além do pagamento em dia de três folhas salariais do funcionalismo, o Governo divulga o resultado de balanços e informes apontando avanços significativos em várias atividades econômicas.
É o caso da milhocultura. O saldo geral da balança comercial no acumulado de janeiro a novembro de 2019 já atinge US$ 2,7 bilhões, com destaque para o crescimento de 401% nas exportações de milho em relação ao mesmo período do ano passado. As informações estão na Carta de Conjuntura do Setor Externo de dezembro, publicada pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Esses resultados foram obtidos com o aumento de 5% nas vendas externas de celulose, primeiro produto da pauta de exportações e com o crescimento de 24,39% das vendas de carne bovina. Mesmo com a queda de 42,57% das exportações de soja, Mato Grosso do Sul segue expandindo mercado de outros produtos tradicionais como o milho, com alta de 401% em relação ao mesmo período em 2018. “O Estado deve fechar com recorde histórico nas exportações de milho em função da supersafra que tivemos neste ano”, lembra o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
A China permanece como principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, com 41,84% do total da pauta. Também houve crescimento de 68,13% de participação dos Estados Unidos, relacionado principalmente à compra de celulose, representando 91,64% das operações daquele país. Com relação ao Japão, houve 270,84% de expansão nas exportações, com destaque para o milho, produto responsável por 73,46% da pauta daquele país. No âmbito regional, Três Lagoas segue como principal município exportador, com 50,56% da pauta, um crescimento de 5,56% em relação ao mesmo período em 2018.
FINANCIAMENTOS
O Conselho Deliberativo (Condel) da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) aprovou a programação orçamentária para o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) 2020. Mato Grosso do Sul terá 24% do total, sendo mais de R$ 2 bilhões em recursos para contratação pelos setores rural e empresarial.
O Estado terá R$ 1,710 bilhão em recursos operacionalizados pelo Banco do Brasil, além de R$ 201,2 milhões que poderão ser financiados por bancos cooperativos (ação que depende de mudança de legislação federal para vigorar) e R$ 100,6 milhões contratados via BRDE. Jaime Verruck, presidente do CEIF/FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO), destaca que o Fundo continua sendo a principal fonte de financiamento do desenvolvimento do Estado, com foco no crescimento das Micro e Pequenas Empresas.
“O FCO tem como objetivo reduzir as desigualdades e contribuir para o desenvolvimento dos municípios e estados do Centro-Oeste e em Mato Grosso do Sul tem sido principal agente de financiamento nos últimos anos, com grande participação das pequenas empresas, que são parte ativa do desenvolvimento econômico estadual”, destacou o secretário.
Entre as prioridades setoriais estão a contratação para produções que agreguem valor à cadeia alimentícia, integração lavoura-pecuária no rural, investimento em tecnologia, biossegurança e turismo.