A produção industrial sul-mato-grossense manteve em setembro o mesmo ritmo do mês de agosto, permanecendo estável no período, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 85 empresas no período de 1º a 15 de outubro de 2018. Pelo levantamento, 64,7% das empresas disseram que o nível de produção foi estável no mês de setembro, quando comparado com agosto, quando esse resultado foi de 54,1%.
“Já a participação das empresas com aumento na produção foi menor, saindo de 24,7% em agosto para 14,1% em setembro, enquanto a participação daquelas que tiveram queda ficou igual nos dois meses, fechando em 21,2%. Por fim, com esse desempenho o índice de evolução da produção passou a marcar 47,2 pontos em setembro, abaixo, portanto, da linha divisória dos 50 pontos, indicando que não houve crescimento da produção em relação ao mês anterior”, detalhou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
O levantamento também apontou que em setembro a ociosidade média na indústria sul-mato-grossense foi de 31%, enquanto em agosto foi de 30%. “Esse desempenho se refletiu na avaliação do uso da capacidade instalada, com o índice alcançando 42,8 pontos. Resultados abaixo dos 50 pontos indicam que, na média geral, a utilização foi inferior ao usual para o mês. A sondagem mostrou que, em setembro, a utilização da capacidade instalada ficou abaixo do usual para 30,6% dos respondentes, igual ao usual para 56,5% e acima para apenas 11,8%”, explicou Ezequiel Resende.
CONDIÇÕES FINANCEIRAS
As condições financeiras seguem longe do ideal, pois, de um modo geral, os empresários industriais de Mato Grosso do Sul se mostraram insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no terceiro trimestre deste ano, com o indicador alcançando 40,4 pontos. “Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, com os indicadores alcançando 37,3 e 44,2 pontos, respectivamente”, informou o economista.
Ele reforça que, em Mato Grosso do Sul, no terceiro trimestre 40% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período. “Na mesma comparação, o acesso ao crédito foi considerado difícil por 27% dos empresários, enquanto 24,7% responderam não ter buscado crédito no trimestre. Já a situação financeira geral da empresa foi avaliada como ruim por 25,9% dos participantes. Por fim, 58,8% responderam que houve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas”, pontuou.
EXPECTATIVAS
O índice de expectativa do empresário industrial revela que a demanda marcou 53,3 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de outubro, enquanto o índice de contratação de trabalhadores atingiu 48,3 pontos, indicando que o número de empregados deve recuar nos próximos seis meses a partir de outubro, e o de exportação assinalou 53,5 pontos, demonstrando que as vendas externas ainda devem aumentar nos próximos seis meses a partir de outubro.
Já o índice de intenção de investimento do empresário industrial alcançou 52,6 pontos em outubro, indicando elevação de 4,9 pontos sobre o mês anterior. Contudo, considerando os últimos sete meses, o indicador apresenta uma retração acumulada de 9,2 pontos. “Até aqui, as decisões de investimento dos empresários seguem influenciadas, em boa medida, pelas dificuldades observadas quanto ao ritmo de recuperação da atividade econômica e pelo elevado e persistente nível de desemprego”, analisou Ezequiel Resende.