Os valores praticados nas tarifas mensais, as deficiências no atendimento e a indiferença às cobranças da população levaram o Procon (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), juntamente com a Associação dos Procons de Mato Grosso do Sul (Aprocon), a expedir notificação à Energisa – Distribuidora de Energia S/A, responsável por fornecimento de energia elétrica a mais de 60 cidades no estado.
A notificação, que atende o grande número de reclamantes, está fundamentada nos argumentos de consumidores que não encontram justificativa para o acréscimo dos valores cobrados. Muitos dizem que não adquiriram aparelhos eletrodomésticos ou tiveram mudanças de hábitos que resultassem na elevação expressiva de consumo. Uma das preocupações no documento encaminhado à empresa pelos reclamantes diz respeito às alterações climáticas nas diversas estações do ano. Citando como exemplo a subida de temperatura na primavera e a previsão de calor no verão.
As demandas de cinco classes de consumidores (poder público, industrial, comercial, rural e residencial) também induziram a questionamentos sobre dúvidas como o volume de energia adquirida pela Energisa no sistema de contratação regulada nos últimos seis meses, a sobra ou não de energia ou se ocorreu necessidade de adquirir mais energia para atender à demanda.
COMPARAÇÃO
O Procon/MS e a Aprocon’s querem saber se existe e quais são as diferenças de valores nas compras extras se comparadas com as ordinárias, bem como, por quanto é adquirido o quilowatt/hora e se estes valores são repassados aos consumidores ou se o impacto nas faturas só será sentido em datas futuras. Em função de reclamações acerca da interrupção de fornecimento, principalmente em municípios do interior, as entidades de defesa do consumidor querem saber se existe algum plano de melhorias nas linhas de distribuição.
A notificação é assinada pelo superintendente do Procon/MS, Marcelo Salomão, e pelo vice-presidente da Aprocon, Valder de Freitas. O prazo é de 10 dias, a partir do seu recebimento, para o representante legal da distribuidora de energia responder aos questionamentos e prestar as informações necessárias, acompanhadas de documentos comprobatórios de maneira a esclarecer as razões dos aumentos nas faturas, além de informar a existência ou não de campanhas pela empresa no sentido de orientar sobre a necessidade do consumidor adotar práticas que possibilitem economia no uso da energia elétrica.
ÀS ESCURAS
Comerciantes da galeria Via Park ficaram sem energia na terça-feira (29) e passaram seis horas com o mesmo problema no dia seguinte. Os estabelecimentos da galeria estão localizados na avenida Mato Grosso com a Luis Alexandre de Oliveira, ponto altamente comercial. Os trabalhadores se preocupam com o prejuízo que a falta de fornecimento pode causar.