O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não está mais sendo investigado pelas denúncias que sofreu em 2017, quando o presidente da Assocarnes (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carnes de Mato Grosso do Sul), João Alberto Dias, o acusou de conceder benefícios fiscais à empresa Gama Comércio de Importação e Exportação de Cereais, de Dourados, sem que esta tivesse a obrigação de dar contrapartida ao Estado, conforme determina a lei.
A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, mandou arquivar a denúncia, o que encerra essa investigação e tira o governador do alvo da acusação, que na época ganhou corpo na mídia nacional e motivou forte reação de Azambuja. Enquanto ele acionava sua defesa jurídica e determinava levantamento completo da situação dos incentivos fiscais e das empresas beneficiadas, a Assembleia Legislativa instalava uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
O pano de fundo que desencadeou as reações em âmbito estadual, tendo como ingredientes as acusações do presidente da Assocarnes, estava associado ao barulho causado pelas delações premiadas dos irmãos Batista, chefes do Grupo JBS. Para o Ministério Público, era necessário apurar as acusações de João Dias, o que originou a denúncia e as investigações submetidas à PGR.
Reinaldo Azambuja recebeu com naturalidade a decisão de Dodge, mas não deixou de lamentar a existência de “uma onda desenfreada de denuncismo”. Pontuou que em 21 anos de vida pública nunca deixou de cumprir suas responsabilidades e não tem contra si qualquer processo ou investigação.